21 de março de 2008

TRIP: Crescendo na região da RICO


A TRIP vem aumentando sua participação de mercado, principalmente após engolir as operações da TOTAL linhas aéreas em novembro do ano passado, transformando-se assim na maior companhia aérea regional do Brasil. A empresa, com sede em Campinas, apresentou um crescimento notório, principalmente em direção à chamada nova fronteira agrícola do país. A companhia começou a unir as regiões Sudeste e Sul com o Centro-Oeste e estados da região Norte como Rondônia, Amazonas, Pará e Tocantins. É importante destacar que a TOTAL já operava antes no Amazonas, a partir de Manaus (onde possui uma base operacional) principalmente em vôos contratados pela Petrobrás.

Atualmente, a TRIP já opera, a partir de Manaus, para mais cidades dos estados do Amazonas e Rondônia do que a RICO. Dessa forma, a RICO vem perdendo cada vez mais participação na região onde outrora foi a principal operadora. A TRIP chegou com seus aviões ATR-42, os quais são equipamentos bem mais novos e confortáveis, e muito mais adequados para as características da região: clima quente e úmido e pistas em sua maioria com infraestrutura deficiente, não adequadas para jatos, principalmente do porte de um 737-200 (um dos equipamentos operado pela RICO). Além dos antigos, ineficientes (gasto enorme de combustível) e inadequados 737-200, a RICO também opera com EMB-120 Brasília e EMB-110 Bandeirante, modelos menores, antigos e bem menos confortáveis do que os modernos ATR-42 operados pela TRIP.

Desse modo, não fica difícil entender porque a TRIP se tornou a melhor opção no estado do Amazonas - com vôos a partir de Manaus para 16 cidades do Amazonas e Rondônia - enquanto a RICO voa para apenas 9 cidades desses mesmos estados, também a partir de Manaus. De Manaus, a TRIP também voa para cidades do estado do Pará, como Santarém, Porto Trombetas, Altamira, Belém, Carajás e Tucuruí. Para cidades do Pará, a RICO voa apenas para Itaituba, Santarém, Altamira e Belém.

Com uma frota antiga e inadequada para a região onde opera, ficou muito difícil para a RICO enfrentar a concorrência direta da TRIP, que chegou com aviões novos, modernos e econômicos, mostrando-se bem mais adequados para o clima e pouca infraestrutura da maioria das pistas da Amazônia. Assim, a RICO vem amargando altíssimas quedas na oferta de assentos e quantidade de passageiros transportados. Durante o ano de 2007, a oferta de assentos da RICO caiu 24,2% com relação a 2006, enquanto o fluxo de passageiros transportados caiu 23,4% ante 2006. Nesse mesmo período, a TRIP aumentou sua oferta de assentos em 33%, apresentando um aumento de 30,5% na quantidade de passageiros transportados. Desse modo, enquanto a participação de mercado (em quantidade de passageiros transportados) da RICO despencou de 0,53% em 2006 para 0,36% em 2007, a participação da TRIP saiu de 0,40% em 2006 para 0,47% em 2007.

No primeiro bimestre deste ano, a RICO registrou queda de 54,4% na oferta de assentos nos seus aviões e diminuição de 55,8% no número de passageiros transportados, levando a sua participação de mercado cair de 0,63% para 0,25%. Já a TRIP apresentou um crescimento de 160% na oferta de assentos e aumento de 177,8% na quantidade de passageiros transportados no primeiro bimestre de 2008, com isso, sua participação de mercado mais do que dobrou, saltando de 0,35% para 0,88%, ou seja, um aumento de 151,43% ante o mesmo período do ano passado.

Fontes: Anac - Dados Comparativos Avançados; Jetsite; RICO; TRIP;

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