7 de março de 2008

Pantanal Linhas Aéreas corre risco de parar




Conforme divulgado pela revista Exame nesta quinta-feira (06/03), a empresa Pantanal Linhas Aéreas pode parar de operar nas próximas semanas. Depois de receber uma denúncia de que a companhia tem atrasado os salários de seus funcionários, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), enviou na última sexta-feira (29), um ofício à empresa exigindo a apresentação de documentos que comprovem o pagamento de tributos e obrigações trabalhistas. Se até esta sexta-feira (7/3), a companhia não demonstrar que tem as contribuições em dia, a empresa pode ser proibida de vender bilhetes. A Anac ainda não definiu qual seria a punição da aérea, mas, segundo a assessoria de imprensa da agência, existe o risco de a Pantanal deixar de operar.

Essa não é a primeira vez que a Pantanal enfrenta problemas. Em 1996, apenas três anos depois de ter sido fundada, a companhia foi colocada à venda. O negócio só não foi fechado por causa do tamanho da dívida da companhia – cerca de 30 milhões de reais na época, valor considerado alto para uma empresa de aviação regional. Depois disso, a companhia foi analisada pela TAM, que não teria fechado o negócio exatamente pelo mesmo motivo. Segundo fontes próximas à companhia, a Pantanal está envolvida atualmente em mais uma negociação de venda.

Fundada em 1993 pelo empresário Marcos Sampaio Ferreira (ex- controlador da Bombril), a Pantanal opera com seis aviões de 45 lugares para as cidades de Presidente Prudente, Araçatuba, Marília e Bauru no interior de São Paulo, além de Juiz de Fora em Minas Gerais e Mucuri na Bahia.

Empresas aéreas regionais no Brasil geralmente operam em regime deficitário, principalmente depois de extinta a suplementação tarifária. A TRIP teve que se unir com o sistema regional da TOTAL para que assim ambas pudessem aproveitar as sinergias e poder expandir, de forma mais robusta, seus ótimos serviços, principalmente para a chamada nova fronteira agrícola do país. Isso nos mostra que é preciso estar sempre atento às novas possibilidades de mercado, não se pode acomodar, a PANTANAL ficou acomodada, dependendo basicamente de conexões com vôos da TAM para cidades do interior de São Paulo, não soube aproveitar oportunidades de novos mercados, isso abriu espaço para o recente surgimento de concorrentes como a AirMinas e Passaredo.

Como todo amante da aviação, é triste ver uma companhia aérea nesta situação, afinal, isso significa também menos aviões operando em nossos aeroportos, principalmente quando se trata de empresas regionais, que operam em aeroportos do interior do país, os quais, na maioria das vezes, somente são interligados regularmente aos grandes centros por essas companhias. A Pantanal foi a pioneira no uso do modelo ATR-42 no mercado aéreo brasileiro. O ATR-42, fabricado pela européia Aerospatiale ( um respeitadíssimo integrante do consórcio EADS, mais conhecido como o tradicional fabricante de jatos comerciais para transporte de passageiros Airbus ) é uma aeronave bimotora turbo-hélice de excelentes características concebida para o transporte regional, ou seja, para a ligação entre grandes centros e cidades pequenas e médias, cujos aeroportos geralmente possuem uma infraestrutura deficiente para o recebimento de aeronaves a jato. Como prova das ótimas características deste eficaz bimotor que começou a ser produzido no início da década de 80, são as suas mais de 700 unidades voando para importantes empresas aéreas ao redor do mundo.



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