28 de maio de 2008

Anac: Tudo está "sob controle"

A cada dia fico mais atônito com a Anac. É impressionante como a diretoria da agência insiste em afirmar que a aviação brasileira está bem, voando em céu de "brigadeiro", como disse um de seus diretores, Alexandre Barros. Eles acham que a aviação está tão bem que até querem estabelecer, o quanto antes, a política de céus abertos (Open Skies).

A Anac, assim como esse governo, continua querendo demonstrar que tudo está "sob controle", mas qualquer um com um mínimo de conhecimento do dia-a-dia do setor sabe que a coisa não está tão bem assim.

Trabalhar de verdade na infra-estrutura do setor, com aeroportos mais bem equipados e criar medidas que tornem as companhias aéreas mais competitivas, como diminuir a carga tributária, facilitar e desonerar importação de peças e aeronaves, fazendo com que mais municípios sejam atendidos por vôos comerciais, deveria ser a primeira etapa, bem antes de se chegar a uma política de Open Skies.

Para mim, as respostas para os problemas do setor existem, mas para que sejam efetivamente aproveitadas, a Anac precisa ser humilde, adotando uma postura muito mais transparente e colaborativa. Ficar dizendo que a agência deve ter uma relação mais próxima com a sociedade me parece algo hipócrita, o que aliás, é bem do estilo desse governo. Desde que foi formada, a Anac nunca teve, de fato, uma relação mais próxima com a sociedade, e nem parece caminhar para isso.

Muito mais importante do que apenas se aproximar, tem que haver colaboração, ou seja, compartilhar as informações. Isso deve ser feito porque a colaboração permite a exposição dos riscos ocultos, permitindo, assim, uma aceleração na inovação, o que será fundamental na solução dos grandes problemas, os quais trazem conseqüências graves para a economia e sociedade. Essa nova forma de encarar os problemas cada vez mais complexos do mundo é proposta e abordada pelo livro Wikinomics - Como a Colaboração em Massa Pode Mudar o seu Negócio, de Don Tapscott e Anthony D. Williams (diretores da empresa de consultoria e inovação New Paradigm, no Canadá).

O setor aéreo brasileiro possui problemas muito sérios de tal modo que há necessidade de mais profissionais e recursos do que a Anac possui. Por tudo isso, somente com uma colaboração mais radical, a qual permite que agentes externos se transformem em colaboradores, ao proporem soluções com base em dados tornados públicos a respeito do setor, será possível solucionar os enormes problemas da aviação brasileira. A diretoria da Anac precisa ser inovadora, tornando pública, verdadeiramente, a realidade, pois somente assim conseguirá atrair as mentes mais brilhantes da sociedade como colaboradores externos.

Abaixo, segue notícia publicada no site da Abetar sobre a divergência da Anac com a Aeronáutica a respeito dos problemas da aviação.

Aeronáutica e Anac divergem sobre futuro da aviação
Trabalhando com o mesmo objetivo - servir a sociedade - e tendo o povo brasileiro como principal interessado, representantes da Aeronáutica e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) participaram do painel sobre o futuro da aviação brasileira.

O brigadeiro Ramon Borges defendeu que a capacidade operacional dos aeroportos está abaixo da média mundial, já o diretor da Anac, Alexandre Barros, disse que o setor voa em céu de brigadeiro.

Borges começou seu discurso lembrando que as pistas de pouso e decolagem são menores que as dos principais aeroportos do mundo. "A gente precisa trabalhar muito para chegar na infra-estrutura que os principais aeroportos da Europa e dos Estados Unidos têm", disse.

Para ele, além de melhorar toda a estrutura aeroportuária é preciso fazer um trabalho de conscientização com os pilotos: "Em Londres uma aeronave pousa com uma milha de distância entre outro avião, no Brasil um piloto arremeteu vôo com três milhas", explicou.

Alexandre Barros se defendeu dizendo que a situação hoje está "totalmente sob controle". "Em relação aos atrasos de vôos nós estamos à frente dos Estados Unidos, isso é um bom sinal", explicou para uma platéia composta por integrantes do trade. "Nunca teremos 100% dos vôos saindo no horário", concluiu.

Barros propôs uma relação mais próxima entre a Agência e a sociedade. "Isso não quer dizer que vamos responder todos os problemas, mas vamos ouví-los", enfatizou.

27 de maio de 2008

Trip recebe prêmio Partnership 2007


Contemplada pelo Fórum de Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (Favecc) com o prêmio Partnership 2007, na categoria de companhia aérea regional, a Trip comemora os bons resultados acumulados em dez anos de existência. Historicamente, seu crescimento anual era de 40%, mas, esse ano, com a incorporação da Total Linhas Aéreas, passou a operar mais 25 destinos, e o faturamento vai aumentar de R$ 130 milhões para R$ 300 milhões, conforme relatou José Mário Caprioli dos Santos, presidente da empresa.

Atualmente, a companhia opera diariamente para 62 municípios, mas planeja chegar a 70 até o final de 2008, com novas freqüências para cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e da Região Norte do país. "Focamos as rotas em que há média demanda. E, como costuma acontecer com vôos regionais, nosso principal público é o corporativo, que representa 70% dos passageiros", contou Caprioli. Quanto aos vôos charteres, disse que corresponde a apenas 3% da receita da empresa.

A ocupação média dos vôos ficou em 67% em abril e 65% de janeiro a abril do corrente ano. A companhia apresentou um crescimento de 151,7% nos assentos-km oferecidos em abril, sendo que no acumulado desse ano até abril, o crescimento foi de 150,4%. Já com relação à demanda (passageiros-km pagos transportados) houve um crescimento de 185,7% e 180,5%, respectivamente, em abril e de janeiro a abril desse ano. Isso demonstra o robusto crescimento da empresa, que se tornou a maior companhia aérea regional do Brasil e uma das maiores da América do Sul.

Composta por aeronaves ATR 42, de 45 assentos, e ATR 72, de 66 assentos, a frota da Trip conta, atualmente, com 18 unidades. Em junho, recebe mais duas e deve terminar o ano com 22 aviões.

Fonte: Anac: Dados Comparativos Avançados; Mercado e Eventos

26 de maio de 2008

TAM Airlines muda frota e inicia nova malha aérea

A TAM Airlines (empresa do Grupo TAM) e com sede em Assunção (Paraguai), vai unificar sua frota de aeronaves e iniciar sua nova malha aérea a partir de hoje (26/05). Todos os vôos da companhia serão operados em aeronaves Airbus A320 e contarão com classes Executiva e Econômica. Com a mudança, a companhia amplia a oferta de assentos em seus vôos e ajusta sua malha aérea para melhor atender aos passageiros.

A nova frota da TAM Airlines será composta por três modernos Airbus A320, configurados com 12 assentos na classe Executiva e 144 na Econômica. Os passageiros da classe Executiva têm acesso à sala VIP da TAM nos principais aeroportos onde a companhia opera. Os ambientes contam com ampla infra-estrutura, permitindo aos passageiros descansar num ambiente tranqüilo e aconchegante antes do embarque.

Com a padronização, a companhia deixa de operar as aeronaves Fokker 100, de 108 assentos. Incorporado à frota da TAM em 1990, inaugurando uma nova era na aviação regional, os F-100 voavam em rotas no Brasil e na América do Sul. A empresa chegou a ter 50 aeronaves desse modelo. Desde o final do ano passado, a TAM Linhas Aéreas já não utilizava esse avião em seus destinos domésticos.

A malha aérea da TAM Airlines foi modificada para melhor atender a demanda de passageiros que viajam na América do Sul. As operações da TAM Airlines na Bolívia serão concentradas exclusivamente na cidade de Santa Cruz de La Sierra. Além disso, os horários de partida e chegada de alguns vôos foram alterados com o objetivo de oferecer mais comodidade para os passageiros, permitindo conectividade com os vôos da TAM no Brasil e no exterior.

Para apresentar as mudanças na frota e na malha aérea na América do Sul, a TAM Airlines inicia hoje (26/05) a veiculação de peças publicitárias em jornais e revistas em Assunção e Ciudad del Este (Paraguai), Santiago (Chile), Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) e Córdoba (Argentina).

TAM Airlines é, desde março último, a nova denominação da TAM Mercosur, segundo as diretrizes de reposicionamento da marca que acompanham a expansão do Grupo TAM no mercado internacional. A companhia oferece vôos a partir de Assunção para destinos na Argentina (Buenos Aires e Córdoba), Bolívia (Santa Cruz de La Sierra), Brasil, Chile (Santiago), Paraguai (Ciudad del Este) e Uruguai (Montevidéu). Também faz a ligação de Córdoba (Argentina) ao Brasil por meio de Assunção. Opera vôos diretos para São Paulo, a partir de Assunção, permitindo que os passageiros façam conexões para diversas localidades na América do Sul, Europa e Estados Unidos, aproveitando a extensa malha aérea da TAM no Brasil e para o exterior, além do code-share (compartilhamento de assentos) com empresas internacionais.

Fonte: TAM Relações com Investidores.

24 de maio de 2008

Líder contrata os serviços da Blue Sky Network


A Líder Aviação, que tem entre seus clientes grandes empresas petrolíferas como a Petrobrás, Shell e Chevron, acaba de contratar para seus helicópteros os serviços da Blue Sky Network, empresa provedora de soluções em logística global e fornecedora de serviços de gerenciamento de transportes via satélite.

O serviço consiste na instalação de um equipamento (transceptor D1000C) nos helicópteros da empresa. Ligado à rede de satélites Iridium e integrado ao portal de gerenciamento Blue Sky Network's SkyRouter, o aparelho envia mensagens constantes, com informações sobre a aeronave, como: posição, altitude, alerta de altitude mínima (em caso de obstáculos próximos, como montanhas), notificações de decolagem e aterrissagem. Além disso, o sistema oferece relatórios de planejamento de missão e possíveis ocorrências de não conformidades, que permitem à Líder pleno controle da sua frota durante todo o tempo.

"Pioneira na utilização do sistema Blue Sky Network, a Líder investe constantemente em novas tecnologias. A informação que era enviada via rádio, agora é feita automaticamente e on-line via satélite, tornando, conseqüentemente, os vôos ainda mais seguros", afirma Rafael Ramos, Gerente de SMS da Líder Aviação.

Sobre a Líder Aviação

A Líder Aviação é uma empresa de 50 anos de atuação no mercado e que tem o objetivo de fornecer soluções personalizadas em aviação executiva com segurança, agilidade e qualidade.

O cliente de aviação executiva tem junto à Líder o atendimento completo de todas as suas necessidades, através de suas unidades de Vendas de Aeronaves, Seguros, Operações de Helicópteros, Treinamento, Manutenção, Fretamento e Gerenciamento de Aeronaves, Atendimento Aeroportuário, Ambulância Aérea e reparos em pás de helicóptero, através da CTBrasil, fruto da parceria com a CTI (Composite Technology Inc.).

22 de maio de 2008

Feriadão com passagens a partir de R$ 1,00


Clientes da GOL podem comprar passagens promocionais para viagens realizadas entre 22 de maio e 26 de junho.

A promoção “Tarifas Imperdíveis”, com passagens a partir de R$ 1 para todos os destinos oferecidos pela GOL no país, está de volta. Neste feriado prolongado, um dos últimos do ano, os clientes da Companhia podem efetuar suas compras pelo site www.voegol.com.br para viagens realizadas entre 22 de maio e 26 de junho.

A partir do primeiro minuto do dia 22, até às 23h59 de domingo, 25, os clientes podem comprar passagens a R$ 1 de Salvador (BA) para Natal (RN), por exemplo. Pelo mesmo valor é possível encontrar passagens de São Luiz (MA) para Brasília (DF). Já o trecho do Rio de Janeiro (Aeroporto do Galeão) para Fortaleza (CE), pode sair por R$ 10.

A promoção é válida para viagens de ida e volta, com estadia mínima de duas noites. A passagem promocional deve ser combinada com a tarifa disponível no momento da compra. O valor mínimo para combinação dos bilhetes é de R$ 30 e o número de assentos promocionais é limitado.

Fonte: GOL Linhas Aéreas Inteligentes

20 de maio de 2008

ANACrônica

A aviação civil brasileira corre o risco de ser rebaixada na próxima auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, em inglês) marcada para maio do próximo ano. Isso porque o quadro técnico da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vem sendo desmantelado desde que a agência foi criada, há apenas três anos.

Outro fator crítico que também contribui para trazer consequências graves para a aviação brasileira é a falta de autonomia da agência perante o Poder Executivo. Somente uma agência reguladora independente, sem interferência de questões meramente políticas, é capaz de garantir estabilidade ao setor e proteger os direitos de todos os participantes. Afinal, uma agência reguladora é um órgão de Estado, e não de governo.

A situação atual é crítica, a atuação da Anac é cada vez mais omissa com relação aos problemas estruturais pelos quais o setor vem passando. Isso acaba contribuindo para uma deterioração da aviação brasileira, e como consequência, atrapalhará o desenvolvimento econômico do país.

Abaixo, segue o texto de Cláudio Magnavita*, publicado em 19 de maio no site do Jornal de Turismo, no qual detalha a atual situação lamentável da Anac, a qual, do jeito que está, poderia muito bem ser chamada de ANACrônica.

O vôo cego da Anac


Depois de confirmada a renúncia do brigadeiro Allemander Pereira do cargo de diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), cargo para o qual ele estava mandatado e chancelado pelo Senado Federal, fica a sensação de que a agência passou realmente agora a ser comandada por pilotos sem brevê.

Os últimos fatos ocorridos na Anac, uma agência criada há apenas três anos, resultam na demissão em dominó dos seus seis primeiros diretores. Cinco da primeira diretoria e agora Allemander, que foi o primeiro da era do ministro da Defesa Nelson Jobim.

Muito mais sério do que os problemas folclóricos gerados pela presidente da agência, Solange Vieira, a Anac passa por uma crise de problemas estruturais que podem trazer seqüelas graves para o Brasil nos próximos anos. É como se o avião tivesse perdido uma das turbinas no vôo e os seus tripulantes ficassem discutindo a qualidade do serviço de bordo, sem ter noção da situação de risco. Em uma recente visita a uma escola de formação de pilotos, a presidente da Anac resolveu experimentar um simulador de vôo e derrubou duas vezes a aeronave que pilotava virtualmente. De concreto, é algo parecido com o que está acontecendo com o seu comando na agência, só que no mundo real.

Já está marcada para maio do próximo ano a auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (Oaci), organização mundial de aviação, que encontrará um quadro pior do que achou em 2001, só que desta vez o país não terá seis meses para corrigir os problemas encontrados. O retrato que for traçado pelos inspetores internacionais ficará no site da entidade pelos próximos seis anos. Se o resultado for negativo, o Brasil poderá ser rebaixado pelas autoridades aeronáuticas norte-americanas e européias para a categoria 2 (ficando a posição congelada por pelo menos seis anos até a próxima auditoria internacional) ou ainda ser rebaixado para a categoria 3. As aeronaves do países de categoria 2 só podem voar até aeroportos limítrofes, como Miami, Nova York ou Lisboa, ficando proibidos de sobrevoar territórios europeus e norte-americanos. Na categoria 3, os aviões são simplesmente banidos, como ocorreu com a Linhas Aéreas de Moçambique.

A auditoria da Oaci, que está confirmada no site da organização internacional, irá focar principalmente os anexos I, VI e VIII, que checam a capacidade técnica do órgão regulamentador, que envolve pessoal técnico, aeronaves e quadro de fiscalização. Também a Oaci irá colocar a lupa no Anexo XVIII, que envolve cargas perigosas.

O problema é que Solange Vieira acredita que a Anac está "inchada" e que poderia funcionar com um quadro bem menor. Depois que regressou dos Estados Unidos, ela passou a dizer que bastava meia dúzia de comandantes para fazer a fiscalização da Anac no Brasil. A agência deverá perder até o início de 2009, ou seja, antes da auditoria internacional, pelo menos 600 funcionários. Ela tentou acabar com o convênio com a Infraero, o que resultaria na devolução de 200 funcionários, dos quais 80 já perderam a gratificação, com a justificativa que de a empresa aeroportuária é que havia cortado, enquanto na realidade é a Anac que reembolsa à estatal estas despesas. Em março do próximo ano serão devolvidos 280 militares, dentro do lote anual, só que a agência não consegue substituí-los com pessoal civil. No último concurso, das 47 vagas para engenheiros aeronáuticos, só 12 passaram, sendo que oito já pertenciam ao quadro. Na realidade, só houve quatro novas contratações. Como pilotos checadores, haviam 85 vagas, das quais 10 foram preenchidas. Só que novamente cinco já faziam parte do quadro, e só houve o acréscimo de seis.

O quadro temporário de 2001, que foi exatamente colocado para atender às exigências da Oaci, depois da última auditoria – benevolência para ajuste que não haverá desta vez -, deverá ser liberado ainda este ano e a sangria da capacitação técnica da agência vai virar uma hemorragia incontrolável.

Como nenhum dos seus diretores possuía currículo ligado à aviação, principalmente a sua presidente, os danos que forem causados pela atual gestão da Anac à aviação comercial brasileira não trarão nenhuma seqüela séria para eles. Solange Vieira coleciona uma série de queixas dos lugares por onde passou e a Anac será apenas uma a mais. O pior será para o País. O reflexo deste vôo sem rumo se manifestará nos próximos quatro ou cinco anos, no mínimo.

A Aviação Geral, que está diretamente subordinada à presidente da agência, já coleciona 41 acidentes até o fechamento desta edição. No ano passado, foram 96 acidentes, um recorde lamentável e para este ano, alguns especialistas ligados ao comando da aeronáutica, acreditam que poderemos chegar a 120. Um sinal claro que algo de muito errado está acontecendo.

A Anac coleciona um festival de implosões internas e, externamente, a agência fecha os olhos para o que está ocorrendo com a quebra do artigo 181 do Código Brasileiro Aeronáutico, que proíbe que estrangeiros comandem uma empresa aérea no Brasil. No caso da VarigLog, a agência mantém uma passividade perigosa e não toma nenhuma atitude. Dentro de uma semana vence o prazo dado pelo juiz de São Paulo, José Paulo de Camargo Magano, para que a empresa apresente novos sócios brasileiros. Para que isso ocorra, será necessária a comprovação dos investimentos e a compra das ações que hoje pertencem 100% ao Fundo Matlin Patterson.

Uma concessionária pública burlar a legislação federal já faz parte de um cenário onde a mão forte da Anac deveria se fazer presente. Uma mão forte que inexiste, a não ser na deselegância, como foi o caso da última reunião, que colocou na mesma sala os brigadeiros Allemander e Jorge Godinho, secretário nacional de Aviação Civil, o ministro Nelson Jobim e Solange Vieira. Ela ficou todo o tempo insuflando o ministro, que acabou sendo grosseiro e criando um quadro de constrangimento que resultou posteriormente no pedido de saída do próprio diretor.

A agência mantém o segredo das suas reuniões, porque parte das suas decisões são indefensáveis e não resistem a um comentário técnico. Nunca mais as atas foram publicadas por trazerem contestações de quem não aceitou colocar em risco o seu currículo.

A agência perde autonomia quando o Ministro de Estado senta para despachar na própria agência e recebe os presidentes das empresas aéreas. Foi o que ocorreu na sede da Anac, no Rio, com Jobim comandando uma reunião, com uma calada presidente ao seu lado. O que era para ser independente, como uma forma de salvaguardar a sociedade civil dos arroubos e excessos do poder executivo, hoje está efetivamente subordinada de forma servil.


*Cláudio Magnavita é presidente nacional da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, membro do Conselho Nacional de Turismo e diretor do Jornal de Turismo.

Webjet estuda parcerias com o setor de eventos


A companhia aérea Webjet, que atualmente opera com cinco Boeing 737-300, anunciou que pretende fazer parcerias com empresas organizadoras de eventos, ampliando, dessa forma, a sua atuação na captação de novos negócios. A companhia já opera em atendimento e parcerias com agências de viagens. É uma estratégia interessante, já que o setor de eventos é um dos que mais cresce no país. Abaixo, segue a notícia do portal Panrotas.


Panrotas

Webjet busca aproximação com entidades de classe

Felipe Niemeyer


A Webjet discute com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Rio de Janeiro (Abeoc-RJ) formas de parcerias entre a companhia aérea e o setor de eventos. A empresa já trabalha diretamente com o atendimento e parcerias com as agências de viagens e agora pretende ampliar a sua atuação na captação de novos negócios através de parcerias com as empresas organizadoras de eventos.

Segundo o gerente Vendas da Webjet, Paulo Patrício, entre as políticas da empresa está a aproximação com as entidades de classe. “O congressista é um passageiro qualificado, que busca o conhecimento científico ao participar de um evento e, ao mesmo tempo, alia lazer nessas oportunidades. Como trabalhamos com capitais com capacidade para atender aos dois segmentos, estamos dando esse passo”, disse.

Para a presidente da Abeoc-RJ, Beatriz Lemgruber, a parceria com as companhias aéreas é extremamente importante para impulsionar o segmento de turismo de negócios. “A parceria entre as empresas de eventos e aéreas é fundamental para ambas as áreas de atuação. O setor de eventos é um dos que mais cresce no País e, sem dúvida, apresenta-se como um nicho de mercado interessante para as aéreas. Estudaremos junto com a Webjet uma forma de parceria que certamente irá enriquecer bastante o nosso setor”.

19 de maio de 2008

Cancelamento de vôos abre debate sobre livre concorrência

A decisão de cancelar vôos em cidades onde a demanda é tão baixa que não justifica manter-se operando, tomada pela Ocean Air e pela Gol, abriu o debate sobre o que a aviação civil deve fazer para atender cidades médias, que não têm o mesmo movimento de uma grande capital.

Segundo o ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro Adyr da Silva, esse parece ser o dilema suscitado cada vez que uma grande companhia aérea decide cancelar suas operações sem localidades onde o número de usuários é insuficiente para cobrir seus custos operacionais.

"Se você não deixar um jato de 150, 180 lugares operar, vai ficar uma aeronave de menor porte e os passageiros desassistidos. Por outro lado, se você deixa o jatão operar,você prejudica uma empresa de pequeno porte. É uma coisa difícil", afirmou Silva.

A Ocean Air e a Gol divulgaram, nesta semana, que não vão mais operar para São José dos Campos (SP), cidade que ficou sem opção de vôos comerciais. A decisão da Ocean Air afeta outras 11 cidades. O que se coloca, diante de situações como essa, é questionar o que é melhor para uma cidade: contar com uma companhia aérea nacional durante certa época do ano para atender o crescimento sazonal da demanda por vôos, mesmo que isso inviabilize a atuação de empresas regionais, ou correr o risco destas, sozinhas, não atenderem a todos os usuários durante os períodos de maior procura.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos Regionais (Abetar), Apostole Lazaro, discorda do ex-presidente da Infraero.

"Queremos a concorrência, que é salutar para as empresas. Mas se uma companhia recebe uma concessão para operar e prejudica uma outra companhia que se vê obrigada a deixar o local, a empresa, no mínimo, deveria ter que o perar por um período de, digamos, 18 meses", opinou.

Para Adyr da Silva, não há como exigir que uma companhia privada, ainda que concessionária de um serviço público, assuma operações que não sejam financeiramente lucrativas.

"As empresas de transporte aéreo têm responsabilidades para com seus acionistas, com os custos e as receitas. Muitas vezes, elas investem esperando que a demanda potencial se concretize e, às vezes, trabalham uma nova rota por dois, três, até seis meses, e não dá em nada. Daí elas se retiram. Isso faz parte da rotina do mercado", disse.

Ele ressaltou que, o que ocorre é que as empresas “vão atrás dos passageiros. Com o desenvolvimento da atividade econômica, haverá uma repercussão no transporte aéreo e, conseqüentemente, teremos um maior número de cidades cuja viabilidade econômica permitirá o reflorescimento da aviação regional, que tem um potencial extraordinário”.

Silva, no entanto, cita a região amazônica como exemplo de lugar onde o governo tem de atuar para encontrar formas de estimular a aviação comercial.

"No caso da Amazônia, quem apresentar uma boa idéia vai ganhar um dinheirão, pois esse problema é sério e já vem desde que a aviação civil começou a se organizar sob a forma que funciona hoje. Nem subsídio conseguiu evitar que empresas pequenas desaparecessem e que outras continuem operando com enormes dificuldades", lembrou.

Embora diga ser favorável à formulação de políticas públicas para estimular a aviação regional, o ex-presidente da Infraero é contrário à concessão de subsídios por parte do governo a empresas regionais.

"Isso é coisa do passado. Temos de encontrar maneiras inteligentes de estimular a demanda e a participação das prefeituras. Encontrar uma forma de harmonizar os interesses das empresas regionais com as nacionais. Há um trabalho grande a ser feito e isso depende muito de resolvermos os grandes problemas da crise aérea, que ainda estão por aí. Embora os efeitos adversos estejam dominados, as causas continuam e vamos levar muitos e muitos anos para eliminá-las", concluiu.


Fonte: Abetar

Abetar acusa Anac de omissão

Ao comentar o cancelamento de rotas áreas em cidades médias por empresas de grande porte como os confirmados, nesta semana, pela Gol e pela OceanAir, o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos Regionais (Abetar), Apostole Lázaro, apontou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como responsável por permitir a concorrência predatória entre as companhias e de não punir as empresas cujas decisões administrativas ferem os interesses dos usuários.

Segundo ele, cancelamentos como os da Gol e da OceanAir que, no mês que vem, deixam de operar em São José dos Campos (SP), não são mais nenhuma novidade. “Já estamos alertando as autoridades aeronáuticas brasileiras, principalmente as responsáveis pela regulação do mercado, que isso vem ocorrendo com uma freqüência que prejudica os usuários”, disse.

Segundo a Abetar, o Brasil, que, entre a década de 1950 e 1960 totalizava cerca de 400 municípios atendidos por aviões, hoje tem apenas 150 cidades recebendo vôos comerciais.

Segundo Lázaro, é comum que grandes companhias nacionais ignorem a presença de uma empresa regional ou mesmo de outra nacional ao pedir à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorização para operar em municípios de baixa e média densidade populacional. São localidades que, em geral, comportam uma única empresa. “Todo mundo conhece os números de demanda de usuários, mas a nova companhia chega oferecendo três vezes mais assentos que a demanda”, queixou-se.

Lázaro afirma que, após obterem a concessão para explorar um serviço público, as grandes empresas fazem uma experiência de mercado, por um período de tempo normalmente curto. “As pequenas empresas não agüentam a concorrência e deixam o local. O problema é que, logo em seguida, a grande empresa também sai. E a localidade que vinha sendo atendida de forma competente por uma empresa regional se vê sem nenhuma opção de vôo. Quem tem que regular isso é a Anac, que fecha os olhos, indo na contramão dos interesses dos usuários”, acusou.

Assim como o ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro Adyr da Silva, para quem o setor está “desregulamentado”, Lázaro diz ser favorável à liberdade de operação e à livre concorrência, mas reivindica que, para isso, é necessário um marco regulatório que estabeleça de forma clara os direitos e as obrigações das empresas e que a Anac cumpra o papel de regular o setor.

“A legislação não regula. A Anac foi criada para fiscalizar e regular e não regula. Essa é nossa grande discussão com a agência. Sempre que há uma flexibilização de mercado desacompanhada de uma regulação, os prejudicados são os usuários”, diz Lázaro, explicando não defender a reserva de mercado.

A Anac se defende das acusações alegando que, pela atual legislação, as companhias concessionárias de rotas domésticas são livres para definir os locais que irão atender e os preços de suas passagens. Lázaro questiona a afirmação. “Como a agência diz estar limitada por lei? O Estado concede à Anac o poder de fiscalizar e regular o setor. Então, como há uma limitação legal? Eu não sou advogado, mas há consultores jurídicos que questionam isso”, disse.

Lázaro reconhece que é difícil evitar que as cidades se tornem reféns dos interesses econômicos das empresas e que isso só se reverte com a regulação do setor. Ao citar o caso de São José dos Campos, que ficou sem vôos civis a partir de agora, o presidente da Abetar disse que “o órgão regulador, a Anac, deve se posicionar a esse respeito. Ela tem explicações a dar aos usuários”, concluiu.

Fonte: Abetar.

18 de maio de 2008

Empresa aérea estatal: mais uma bobagem do presidente

Em mais um de seus discursos bobos, o presidente Lula afirmou ontem (17/05) que a aviação na América do Sul é "um desastre". Em discurso na capital peruana logo depois de uma reunião com o presidente do Peru, Alan García, e empresários, Lula disse que é preciso colocar a questão do transporte aéreo como uma decisão de governos e ameaçou, da parte do Brasil, criar uma empresa estatal, caso as companhias aéreas não consigam atender à crescente demanda provocada pelo aumento dos negócios na região. O "auge" do discurso foi com o seguinte comentário: "Nós temos que chegar ao Brasil, juntar os empresários da aviação civil e ter uma conversa séria com eles. Tudo o que eu não quero é que eles sejam tão inoperantes nessa área. Começa a fomentar na minha cabeça a idéia de que o Estado vai ter que fazer uma nova empresa. Não quero fazer, acho que o Estado não precisa fazer. Mas se os empresários não tiverem ousadia, vamos ter que ter ousadia pelo menos para forçá-los a fazer ou incentivá-los a fazer."

Agora não dar para saber de que forma Lula quer incentivar ou "forçar" os empresários. Será com medidas de desoneração fiscal como as que foram dadas a setores de exportação e de software, ou será mesmo com a criação de uma companhia aérea estatal, "forçando" assim, os empresários a serem mais "ousados"? Enfim, a intenção do presidente não ficou muito clara, ao contrário, trouxe mais dúvidas, e demonstra o seu total desconhecimento sobre regulação de setores de serviços públicos. Na verdade, do alto de sua popularidade, o presidente parece mesmo ter perdido todos os limites, falando cada vez mais bobagens.

De qualquer maneira, não precisa o presidente se reunir com os empresários para dizer a eles o que fazer. Basta que a o setor aéreo tenha um verdadeiro marco regulatório, o qual estimule o desenvolvimento do setor. Um dos papéis fundamentais do Estado com relação à aviação e a outros setores de base da economia é o seguinte: permitir a criação e aplicação de um marco regulatório, possibilitando assim o estímulo necessário para o desenvolvimento sustentável do setor e com mecanismos de defesa aos direitos dos usuários.

Uma agência reguladora de verdade pressupõe independência em relação ao Poder Executivo para dar estabilidade ao setor, sem basear os rumos do órgão regulador por questões meramente políticas. Para tanto, são necessários, entre outras coisas, mandato para a diretoria cujo período não coincida com o do Poder Executivo. Além disso, uma agência reguladora precisa ser muito bem representada por especialistas do setor, ou seja, por pessoas realmente preparadas para atuar, no caso, na atividade de regulação aérea. Mas, na prática, diretores são indicados por padrinhos políticos ou porque já trabalhou com determinado ministro anteriormente. Isso não funciona, o Brasil tem que parar de ficar testando coisas que já se provaram não trazer resultados positivos. É de extrema necessidade que a aviação, por ser uma atividade fomentadora do desenvolvimento sócio-econômico, seja de fato regulada por uma agência autônoma e composta por um quadro de profissionais altamente gabaritados.

A situação atual é crítica, a atuação da Anac é omissa, e desta forma, está contribuindo para uma deterioração da aviação regional, e como consequência, atrapalhando o desenvolvimento de importantes regiões do país. Demonstra uma completa falta de rumo, ao permitir que empresas aéreas que operam com aviões para mais de 100 passageiros iniciem vôos para cidades que não geram tráfego para aviões deste tamanho, afugentam a empresa regional que ali operava e, depois de um certo tempo, ao perceberem que a demanda não é suficiente para operar vôos rentáveis, param de operar nestas localidades, deixando os passageiros sem opção, a não ser ir por rodovia mesmo até o próximo aeroporto com vôos comerciais. Isso gera transtornos e se reverte em retrocessos para a economia de diversas regiões. É o caso, entre outras importantes cidades, de São José dos Campos, que ficou, a partir desta semana, sem vôos comerciais. Sede de várias empresas ligadas ao setor aéreo, entre elas a Embraer, uma das maiores fabricantes de aviões do mundo, o município abriga uma população de cerca de 600 mil habitantes e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocupa a 16ª posição entre as 100 cidades com os maiores Produto Interno Bruto (PIB) municipais. De acordo com a Infraero, o tráfego de passageiros do Aeroporto de São José dos Campos se caracteriza por viagens de negócios nos dias úteis e por viagens a pontos turísticos do Nordeste nos finais de semana. O aeroporto também é utilizado por pessoas que pretendem acessar a estância turística de Campos do Jordão e cidades dos litorais norte de São Paulo e sul do Rio de Janeiro.

Num ambiente verdadeiramente regulado, essa prática é condenada, já que ignora os direitos do usuário do transporte aéreo.

Portanto, é só ter um marco regulatório, o resto, pode deixar com os empresários que eles saberão como fazer. Lógico, a carga tributária também deveria ser reduzida, principalmente sobre o combustível, sobre operações de financiamento, arrendamento e importação de peças e aeronaves, incentivando, por meio de medidas inteligentes, o desenvolvimento sustentado de toda a aviação comercial.

17 de maio de 2008

Webjet divulga nova rota


A Webjet começou a fazer neste sábado, indo até a próxima segunda-feira, três famtours, para cerca de 300 agentes de viagens, com o objetivo de divulgar a nova rota do Rio de Janeiro a Cuiabá, com escalas em Curitiba e Campo Grande. A campanha de divulgação também inclui uma tarifa promocional a partir de R$ 140 cada trecho de saída ou chegada do Rio de Janeiro. A passagem de ida e volta, mais as taxas de embarque, do Galeão para Campo Grande custa R$ 315 e para Cuiabá, R$ 335 . O vôo chega às 10:20 em Campo Grande e em Cuiabá chega às 11:55. O retorno é às 16:30 de Cuiabá, com as mesmas escalas, chegando às 22:20 no Galeão.

Esses novos destinos fazem parte do plano de expansão da companhia, que até o final do ano contará com mais sete aeronaves Boeing 737-300, além das três operadas atualmente.

A viagem de hoje contou com a participação do presidente do grupo, Paulo Enrique Coco, o qual afirmou que a companhia ainda não tem uma meta exata de crescimento na participação de mercado, mas acredita que, com a chegada do quinto e do sexto Boeing 737-300, a Webjet cresça de 1,5% a 3% no market share.

Segundo Paulo Patrício, gerente Geral de Vendas da Webjet, o objetivo da iniciativa é mostrar a qualidade do serviço de bordo e divulgar o novo destino junto aos agentes e operadores. "Estamos decolando neste vôo com a lotação máxima do Boeing 737-300, de 136 passageiros, só de jornalistas, agentes de viagens do Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Campo Grande", disse. Ele adiantou ainda que em julho a empresa recebe a sexta aeronave 737-300 que será utilizada nas rotas já operadas pela companhia.

Hoje, a companhia busca mais infra-estrutura para atender a forte demanda, como os charteres solicitados pela operadora CVC. Coco lembrou que acontece esse mês o primeiro vôo charter internacional, entre Porto Alegre e Buenos Aires, operado pela CVC.

Fonte: Mercado&Eventos

Aviação regional: Novas oportunidades de crescimento


Nos últimos meses, cidades importantes do interior deixaram de ser atendidas pela Gol ou pela Tam. Em abril, a Tam deixou de operar em Maringá. Segundo o superintendente do aeroporto de Maringá (administrado por uma empresa do município), Marcos Valêncio, a Tam atendia uma média de 4,5 mil passageiros ao mês, ou seja, um atrativo para qualquer companhia. Aproveitando essa oportunidade, a Trip, uma semana após, anunciou a inauguração de um vôo ligando Maringá a Guarulhos e não descarta a possibilidade de iniciar novos vôos a partir de Maringá.


Já a partir de 25 de março, foi a vez da Gol deixar de operar para São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Dessa forma, a Tam vai atuar sozinha em Rio Preto, pois em Ribeirão Preto tem a Passaredo, que, a partir daquela cidade, realiza vôos para 13 destinos.


São José dos Campos, outra importante cidade, ficará sem vôos da Gol e da OceanAir (A Gol encerrá seus vôos a partir do próximo dia 27, e a OceanAir, a partir do dia 19). Desse modo, os moradores de São José dos Campos que precisam viajar de avião têm que ir até o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a cerca de 75 Km, para pegar um vôo comercial.



Ao todo, a OceanAir deixará de operar, segundo comunicado entregue na semana passada para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para 16 cidades: Araçatuba (SP), Cascavel (PR), Campos dos Goytacazes (RJ), Foz do Iguaçu (PR), Goiânia (GO), Juiz de Fora (BH), João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE), Macaé (RJ), Maceió (AL), Natal (RN), Palmas (TO), Vitória da Conquista (BA), São José dos Campos (SP), Uberaba (MG), Vitória (ES), além do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), cidade em que permanecerá operando apenas no aeroporto de Confins. A companhia devolverá os turboélices Fokker 50 (54 assentos), os quais eram ideais para mercados importantes do interior do país, já que esses mercados não geram tráfego para aviões com mais de 100 assentos. Além disso, a companhia reduzirá sua frota de Fokker 100 (108 assentos) de 16 para 10 aviões.


Por tudo isso, abre-se um mercado em potencial para as companhias aéreas regionais, entre as quais, as principais são: Trip (a maior regional do país), Passaredo e Air Minas. São companhias que operam com aviões turboélices, de 30 assentos (EMB 120 Brasília, da Embraer) a 45 ou 68 assentos, como os ATR-42 (do consórcio europeu EADS) ou ATR-72. Tanto a Passaredo quanto a Air Minas operam, por enquanto, somente com os Brasília, já a Trip opera com os ATR e um Brasília. São aeronaves ideais para operar em importantes cidades do interior, mas cujo tráfego de passageiros não justifica, por exemplo, o emprego de jatos do porte daqueles operados pelas aéreas Tam e Gol. Os turboélices são mais econômicos do que os jatos em vôos de curta distância, portanto, são mais eficientes para ligar as capitais a importantes cidades do interior, onde na maioria das vezes, as distâncias são mais curtas e, aliado ao fluxo menor de passageiros, não justifica o uso de jatos operados pelas aéreas maiores.


De acordo com a Abetar (Associação Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos Regionais), o Brasil possuía, entre a década de 1950 e 1960, cerca de 400 municípios atendidos por aviões, hoje tem apenas 150 cidades recebendo vôos comerciais. Portanto, há uma demanda muito forte para as empresas aéreas regionais, um mercado em crescimento, principalmente agora, com Gol, Tam e OceanAir deixando de operar em importantes centros regionais. As empresas regionais acabam operando como alimentadoras de vôos nos grandes centros, chegando a ter acordos comerciais com as companhias maiores, como o acordo da Passaredo com a Tam, através do qual, existe uma operação conjunta de vôos em cidades onde as duas operam.


Segundo o diretor-presidente da Air Minas, Urubatan Helou, a empresa comprará seis aviões Brasília da OceanAir, aumentando assim sua frota para 12 aeronaves. A Air Minas pertence ao grupo Braspress e opera nas cidades de Belo Horizonte (Pampulha), Governador Valadares, Ipatinga, Uberaba e Uberlândia. A respeito da perspectiva da empresa, o diretor-presidente afirmou ainda que existe um potencial muito grande, pois o estado mineiro tem uma malha rodoviária péssima, com rodovias federais precárias, além de ser um estado densamente povoado, com o interior distante da capital, fazendo com que o transporte aéreo seja fundamental para ligar a capital com várias cidades economicamente importantes, de forma segura e ágil. Mas esse potencial só será aproveitado se houver a melhoria das condições de aeronavegabilidade nos aeroportos do interior, lembra Helou.


Sabendo da importância da aviação regional para agilizar o tráfego de pessoas e encomendas entre a capital e diversas regiões prósperas do estado, o governo mineiro informa que está investindo na ampliação, modernização e revitalização dos 151 aeroportos públicos de Minas Gerais. O Programa Aeroportuário de Minas Gerais, o Proaero, é um dos subprogramas do projeto estruturador “Inserção Competiviva das Empresas no Mercado Internacional”. Até 2010, estão previstos investimentos de R$ 240 milhões, a serem aplicados na construção, recuperação e manutenção de aeroportos. Estão programadas obras em 25 aeroportos, entre eles, os de Ubá, Itabira, Barão de Cocais e Ponte Nova. A meta do governo de Minas é revitalizar os 151 aeroportos e construir mais 12 até 2010. Com a conclusão do programa, a rede aeroportuária estadual terá 163 aeroportos, dos quais 35 pavimentados com operação diurna, 72 pavimentados com operação noturna e 56 não pavimentados com operação diurna.


Durante a cerimônia na qual a Trip firmou um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para reforçar as suas operações no Estado, após a incorporação da Total Linhas Aéreas, o governador de Minas afirmou: “Algumas das novas rotas propostas atendem às regiões de Minas que estamos buscando desenvolver com um esforço mais coordenado, como o Norte do Estado, os vales do Jequitinhonha e Mucuri, além de outras que já crescem com vigor muito grande como o Sul de Minas, o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba”. O protocolo prevê a inclusão de mais oito cidades mineiras nas rotas da Trip. Até 2009, a empresa terá vôos para Almenara, Nanuque, Paracatu, Pirapora, Varginha, Poços de Caldas, Manhuaçu e Juiz de Fora. Hoje, a companhia voa, dentro do Estado, para Belo Horizonte, Montes Claros, Diamantina, Governador Valadares, Ipatinga, Araxá, São João Del Rei, Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia.

16 de maio de 2008

Gol busca expansão no mercado corporativo


A Gol Linhas Aéreas, sempre atenta a novas possibilidades comerciais, escolheu o cartão UATP (Universal Air Travel Plan - Plano Universal para Viagens Aéreas) para expandir sua participação no mercado corporativo. A companhia aérea será a primeira a aceitar o cartão UATP como forma de pagamento diretamente através de seu site (www.voegol.com.br)

O objetivo é contar com uma estrutura de baixo custo, baixo preço e serviço de alta qualidade. "O Brasil é um mercado de grande crescimento, tanto para o UATP quanto para a Gol, companhias posicionadas para se tornarem líderes no setor corporativo", disse Ralph Kaiser, presidente e executivo-chefe do UATP.

"Agora, será mais fácil para os clientes corporativos de todo o mundo comprarem as passagens GOL e desfrutarem dos serviços da Companhia, que incluem qualidade, segurança e preços baixos", disse Eduardo Bernardes, diretor comercial da Gol.




14 de maio de 2008

Embraer planeja nova instalação nos Estados Unidos


A Embraer anunciou, em 13 de maio, que irá investir aproximadamente US$ 50 milhões na implantação da uma nova instalação nos Estados Unidos, dedicada ao seu negócio de aviação executiva.

A nova instalação, com área de aproximadamente 14 mil metros quadrados, sediará a operação de aviação executiva da Empresa naquele país e abrigará uma linha de montagem final, a primeira da Embraer nos Estados Unidos, com capacidade de produzir os jatos executivos Phenom 100 e Phenom 300, além de cabine de pintura, centro de entregas e um customer design center (instalação destinada a auxiliar novos clientes na escolha de suas aeronaves).

Segundo a Embraer, a localização escolhida para o projeto, após um rigoroso e profundo processo de seleção, foi o Aeroporto Internacional de Melbourne, no Estado da Flórida. Este aeroporto foi o que melhor atendeu aos requisitos operacionais e estratégicos do negócio. Um Memorando de Intenção foi assinado entre as partes envolvidas e a decisão final depende da aprovação dos governos estadual e municipal.

Fonte:Embraer

OceanAir: Reestruturação e demissão de 600 funcionários


Com a OceanAir reduzindo seus destinos de 37 para 25, haverá uma contribuição para a concentração de mercado entre Gol e Tam, mas também abre possibilidades, em determinados mercados de médio e pequeno portes, para a Trip Linhas Aéreas. Com relação ao que o especialista Castellini afirmou (na reportagem abaixo), a Trip está fazendo direitinho, crescendo em mercados abandonados pelas maiores e que geram tráfego para aeronaves com menos de 100 assentos, ou seja, não entra num confronto direto com as grandes e, muitas vezes, há uma alimentação (feeder line) aos vôos da Gol e Tam em grandes centros.

Folha de São Paulo

A OceanAir anunciou um plano de reestruturação que inclui redução de 37 para 25 destinos e corte de 600 dos 1.700 funcionários. A empresa nega a existência de uma crise financeira e diz que as mudanças visam a consolidação de uma gestão de custos mais eficiente. A OceanAir disse que a reestruturação se fez necessária pelo aumento dos custos com combustível, elevados com a alta da cotação do barril de petróleo, que subiu 29,4% em 2008.

O grupo brasileiro Synergy, controlador da OceanAir, seguirá o modelo de gestão aplicado na companhia colombiana Avianca, adquirida em crise financeira pelo grupo em 2005 e que, segundo ele, hoje apresenta resultados positivos. Entre os 12 destinos que deixaram de ser atendidos a partir de ontem, estão Araçatuba (SP) e Uberaba e Juiz de Fora (MG). A empresa também cancelou sua única linha internacional no mês passado, com destino ao México.

Segundo a empresa, os clientes que compraram passagens para esses vôos serão remanejados para outras companhias. "São destinos que não se justificava manter do ponto de vista econômico", disse a OceanAir.

A frota também será reduzida de 16 para 10 aviões, todos Fokker MK-28 (Fokker 100). Com isso, a OceanAir se desfaz dos turbohélices Fokker 50 e dos Boeing 737-300 que assumiu da empresa aérea BRA, incorporada no ano passado.

Na época, o negócio foi bem visto por analistas como uma tentativa em diminuir o "duopólio aéreo" da Gol e da TAM, que, juntas, responderam por 85,6% do mercado doméstico de aviação em abril deste ano. A OceanAir obteve 3,3% de participação de mercado em abril.

Segundo o consultor André Castellini, da Bain & Company, a empresa aérea não resistiu à competitividade do mercado. Para ele, o aumento da oferta de vôos provocado pelas novas aquisições de aeronaves da Gol e da TAM gerou queda nas tarifas. "A OceanAir não tem aeronaves modernas e escala para competir com seus concorrentes mais fortes [Gol e TAM]."
Para Castellini, as companhias com frota menor deveriam focar em vôos com menos de cem passageiros, que não compensam ser feitos por aviões de grande porte.




8 de maio de 2008

Gol é a mais lembrada entre aéreas


O Top of Mind Internet foi idealizado pelo UOL, com o objetivo de conhecer e premiar as marcas mais lembradas pelos usuários que navegam pela rede. Em sua segunda edição, a premiação foi dividida em vinte e uma categorias mais três TOPs especiais. A pesquisa realizada pelo Datafolha ouviu 2.050 pessoas com 14 anos ou mais que acessam a internet em casa, pelo menos três vezes por semana.

A margem de erro da pesquisa para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Em caso de empate, o awareness - a soma dos percentuais daqueles que lembram da marca em primeiro lugar com as demais marcas lembradas, independente da ordem de lembrança - foi usado como critério para definir o vencedor.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 22 de fevereiro de 2008, com usuários de internet das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Brasília. A Gol continua líder no segmento de companhia aérea: 43% dos entrevistados lembram da marca em primeiro lugar. Houve crescimento de um ponto percentual em comparação ao resultado de 2007.

A TAM segue com 32% da preferência e a Varig, com 6%. A vantagem das líderes permanece quando computado o total de menções espontâneas. A Gol alcança 64% dos votos, a TAM, 56%, e a Varig segue com 20%.

Fontes: Jetsite; Jornal de turismo

7 de maio de 2008

Trip: Buscando uma consolidação no mercado


A Trip Linhas Aéreas anunciou um investimento de R$ 367 milhões na ampliação de sua frota. Desse total, R$ 214 milhões vão para a aquisição de sete aeronaves e R$ 153 milhões na encomenda de outros cinco aparelhos com opção de compra. Com isso, a empresa espera reduzir a idade média de sua frota de 15,7 anos para 10 anos até o final de 2009.

"Essa modernização e ampliação vão permitir a Trip reduzir o custo médio, tornando-a mais competitiva no mercado", diz Fernando Calais, diretor administrativo e de finanças da companhia. As 12 aeronaves são do modelo ATR 72-500, com 66 assentos. Os turboélices, fabricados pela francesa Aerospatiale e a italiana Alenia, integrantes do consórcio Airbus, são ideais para as rotas regionais operadas pela Trip, que conta com 17 aparelhos, segundo Calais.

As duas primeiras aeronaves chegam neste semestre aos hangares da Trip. Outra será entregue em novembro e as restantes ao longo de 2009. A fonte dos recursos não foi informada.

O anúncio foi feito no dia 06 pela empresa, ao firmar um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para reforçar as suas operações no Estado, após a incorporação da Total Linhas Aéreas.

Uma das primeiras iniciativas é a transferência do centro de manutenção de aeronaves da empresa de Campinas para Belo Horizonte, onde a Total mantinha hangares em uma área total de 5,1 mil metros quadrados, nas proximidades do aeroporto da Pampulha. Também será construído na capital mineira o seu centro de treinamento a partir de investimentos de R$ 40 milhões.

O protocolo de intenções prevê a inclusão de mais oito cidades mineiras na rota da Trip. Até 2009, a empresa terá vôos para Almenara, Nanuque, Paracatu, Pirapora, Varginha, Poços de Caldas, Manhuaçu e Juiz de Fora. Hoje a companhia já voa para Belo Horizonte, Montes Claros, Diamantina, Governador Valadares, Ipatinga, Araxá, São João del-Rei, Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia.

No final de março, a companhia anunciou que iniciará a operação de uma nova linha entre Maringá e São Paulo. O vôo, com origem em Cascavel, sairá de Maringá às 11h50 com chegada no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 13h20. O retorno parte de Guarulhos às 14h05, com chegada em Maringá às 15h35. O início da operação, já aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil, depende apenas da chegada de uma nova aeronave ATR 72-500, com capacidade para 68 passageiros. A empresa também informou que vai ampliar a oferta de assentos no vôo das 7h40 de Maringá para Curitiba e São Paulo, que passa a operar com a nova aeronave provavelmente em maio. Hoje, a capacidade é de 45 passageiros, passando para 68 lugares com o novo avião.

Resultados Financeiros

A Trip ainda não conseguiu obter lucro líquido positivo. Em 2007, o prejuízo foi de R$ 8,9 milhões, sendo que em 2006, o prejuízo ficou em R$ 6,9 milhões, ou seja, aumento de 29%. Esse aumento do prejuízo deveu-se ao crescimento acelerado dos custos e despesas. Enquanto a receita líquida cresceu 15,7%, de R$ 96,9 milhões para R$ 112,1 milhões, os custos com os serviços prestados, no entanto, cresceram 20,5%, para R$ 99,2 milhões. Em consequência desse crescimento dos custos num percentual maior do que o das receitas, o lucro bruto em 2007 caiu 11,7%, ficando em R$ 12,9 milhões enquanto que em 2006 havia sido de R$ 14,6 milhões. As despesas operacionais cresceram 21,6%, chegando a R$ 18,6 milhões. As perdas financeiras foram reduzidas de R$ 6,7 milhões, em 2006, para R$ 3,6 milhões em 2007.

Ainda é importante destacar que o patrimônio líquido da companhia aumentou de R$ 22,5 milhões para R$ 54,3 milhões entre 2006 e 2007. Esse crescimento deve-se, principalmente, pelos recursos de R$ 50 milhões para aumento de capital provenientes da compra de 50% do capital da Trip pelo grupo Águia Branca, em novembro de 2006. A Trip apresentava em 2007 R$ 44,7 milhões de prejuízos acumulados.

Esse crescimento maior dos custos e despesas, acima do aumento das receitas, demonstra um período de constantes e intensos investimentos da empresa, visando penetrar em novos mercados ou ampliar a oferta de vôos em cidades já atendidas. Nesta fase, a empresa realiza altos investimentos, bem acima da capacidade de geração de receitas por um determinado período. Porém, na medida em que a companhia for se consolidando, a tendência é que esses investimentos tragam retorno através de maior crescimento da receita e uma estabilização dos custos e despesas, revertendo assim os prejuízos em resultados líquidos positivos. A Trip precisa realmente ganhar musculatura, afinal, a Azul linhas aéreas promete ser uma concorrente de peso, cujo início das atividades está previsto para janeiro de 2009.

Fontes: Jetsite; Valor Online; Agência Minas


Desempenho da Embraer no 1º Trimestre de 2008


Considerando os demonstrativos financeiros consolidados e apresentados de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil (BRGAAP), a Receita Operacional Líquida da Embraer ficou em R$ 2,314 bilhões no 1º trimestre de 2008 (1T08), representando um crescimento de 32% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os custos operacionais cresceram 41,51%, fechando o 1T08 em R$ 2,005 bilhões. O Lucro Bruto ficou em R$ 309,220 milhões, apresentando queda de 8,05% com relação ao mesmo período de 2007. Assim, a margem bruta recuou de 19,2% no 1T07 para 13,4% no 1T08. A queda da margem bruta da empresa deve-se basicamente à queda da taxa de câmbio. A taxa de câmbio (R$/US$), segundo a Embraer, sofreu queda de 17,6% na comparação entre os trimestres. Considerando que os contratos de compra e venda da empresa têm o dólar como referência, e que a taxa de câmbio tem forte influência na formação do custo médio dos estoques e no preço médio de faturamento dos produtos da companhia, a margem bruta é penalizada em um cenário de queda de taxa de câmbio.

As despesas operacionais (com vendas, gerais e administrativas) foram de R$ 258,126 milhões, o que representou uma pequena queda de 1,19% no período. As despesas com vendas aumentaram 3,1%, para R$ 165,116 milhões no 1T08, devido ao maior número de aeronaves entregues. As despesas gerais e administrativas apresentaram uma redução de 2,1%, caindo de R$ 94,966 milhões no 1T07 para R$ 93,010 milhões no 1T08. Essa redução, segundo a Embraer, deveu-se, em parte, ao programa de otimização de processos implantado na empresa. O Lucro Operacional Próprio ficou em R$ 51,094 milhões, enquanto que no 1º trimestre de 2007 esse indicador ficou em R$ 81,204 milhões, ou seja, queda de 37% no período. Esse indicador é denominado "operacional próprio" porque leva em consideração apenas os custos e despesas operacionais (Receita Operacional Líquida menos o total de custos e despesas operacionais), indicando assim o resultado proveniente da principal atividade da empresa.

O Lucro Operacional Ajustado (antes do Imposto de Renda) caiu 29,22%, para R$ 85,932 milhões no 1T08. O Lucro Operacional Ajustado é assim denominado porque leva em conta as receitas financeiras, outras receitas ou despesas operacionais, o resultado de equivalência patrimonial e o resultado não operacional.

As despesas financeiras brutas cresceram 64,54%, para R$ 35,288 milhões no 1T08. O Lucro Líquido foi de R$ 63,394 milhões, representando um pequeno aumento de 8,34% com relação ao 1º trimestre do ano passado.

O EBITDA (sigla em inglês para Earning Before Interest, Taxes, Depreciation/Depletion and Amortization, ou simplesmente LAJIDA-Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ficou em R$ 174,694 milhões, sendo que no 1T07 havia sido de R$ 151,104 milhões, ou seja, crescimento de 15,61% no período. O EBITDA ou LAJIDA é calculado somando-se o valor da Depreciação e amortização com o Lucro Operacional Próprio de cada período. O EBITDA evidencia a eficiência financeira definida pelas estratégias operacionais adotadas pela empresa. Quanto maior seu valor, mais eficiente será a formação de caixa proveniente das atividades de natureza estritamente operacional, demonstrando assim, melhor capacidade de investimentos e de pagamento aos proprietários de capital. Como esse indicador financeiro reflete o potencial de caixa das empresas sem a interferência de práticas e normas legais adotadas de maneira peculiar pelos diversos países, ele tem a vantagem de poder ser usado para comparar globalmente as empresas. O ideal seria que a Embraer divulgasse seus demonstrativos financeiros também por outras regras utilizadas internacionalmente, como por exemplo o USGAAP (utilizado por empresas com ações na Bolsa de Nova York) ou pelo critério IFRS (International Financial Reporting Standards), norma adotada em mais de 100 países, pois desse modo, o EBITDA poderia de fato ser utilizado como um indicador de comparação global com outras indústrias aeronáuticas. No Brasil, por meio da Lei 11.638 aprovada em dezembro, as empresas com ações na bolsa terão até 2010 para divulgar balanços consolidados em IFRS.

Ao final do 1T08 a carteira de pedidos firmes da Embraer atingiu o valor de US$ 20,3 bilhões, quantia considerada recorde pela empresa. Durante o 1T08, a Embraer entregou 45 jatos para os segmentos de aviação comercial e executiva, mostrando um crescimento de 80% com relação ao 1T07, quando foram entregues 25 aeronaves.

Fontes: Bovespa; Embraer