7 de maio de 2008

Trip: Buscando uma consolidação no mercado


A Trip Linhas Aéreas anunciou um investimento de R$ 367 milhões na ampliação de sua frota. Desse total, R$ 214 milhões vão para a aquisição de sete aeronaves e R$ 153 milhões na encomenda de outros cinco aparelhos com opção de compra. Com isso, a empresa espera reduzir a idade média de sua frota de 15,7 anos para 10 anos até o final de 2009.

"Essa modernização e ampliação vão permitir a Trip reduzir o custo médio, tornando-a mais competitiva no mercado", diz Fernando Calais, diretor administrativo e de finanças da companhia. As 12 aeronaves são do modelo ATR 72-500, com 66 assentos. Os turboélices, fabricados pela francesa Aerospatiale e a italiana Alenia, integrantes do consórcio Airbus, são ideais para as rotas regionais operadas pela Trip, que conta com 17 aparelhos, segundo Calais.

As duas primeiras aeronaves chegam neste semestre aos hangares da Trip. Outra será entregue em novembro e as restantes ao longo de 2009. A fonte dos recursos não foi informada.

O anúncio foi feito no dia 06 pela empresa, ao firmar um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para reforçar as suas operações no Estado, após a incorporação da Total Linhas Aéreas.

Uma das primeiras iniciativas é a transferência do centro de manutenção de aeronaves da empresa de Campinas para Belo Horizonte, onde a Total mantinha hangares em uma área total de 5,1 mil metros quadrados, nas proximidades do aeroporto da Pampulha. Também será construído na capital mineira o seu centro de treinamento a partir de investimentos de R$ 40 milhões.

O protocolo de intenções prevê a inclusão de mais oito cidades mineiras na rota da Trip. Até 2009, a empresa terá vôos para Almenara, Nanuque, Paracatu, Pirapora, Varginha, Poços de Caldas, Manhuaçu e Juiz de Fora. Hoje a companhia já voa para Belo Horizonte, Montes Claros, Diamantina, Governador Valadares, Ipatinga, Araxá, São João del-Rei, Patos de Minas, Uberaba e Uberlândia.

No final de março, a companhia anunciou que iniciará a operação de uma nova linha entre Maringá e São Paulo. O vôo, com origem em Cascavel, sairá de Maringá às 11h50 com chegada no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 13h20. O retorno parte de Guarulhos às 14h05, com chegada em Maringá às 15h35. O início da operação, já aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil, depende apenas da chegada de uma nova aeronave ATR 72-500, com capacidade para 68 passageiros. A empresa também informou que vai ampliar a oferta de assentos no vôo das 7h40 de Maringá para Curitiba e São Paulo, que passa a operar com a nova aeronave provavelmente em maio. Hoje, a capacidade é de 45 passageiros, passando para 68 lugares com o novo avião.

Resultados Financeiros

A Trip ainda não conseguiu obter lucro líquido positivo. Em 2007, o prejuízo foi de R$ 8,9 milhões, sendo que em 2006, o prejuízo ficou em R$ 6,9 milhões, ou seja, aumento de 29%. Esse aumento do prejuízo deveu-se ao crescimento acelerado dos custos e despesas. Enquanto a receita líquida cresceu 15,7%, de R$ 96,9 milhões para R$ 112,1 milhões, os custos com os serviços prestados, no entanto, cresceram 20,5%, para R$ 99,2 milhões. Em consequência desse crescimento dos custos num percentual maior do que o das receitas, o lucro bruto em 2007 caiu 11,7%, ficando em R$ 12,9 milhões enquanto que em 2006 havia sido de R$ 14,6 milhões. As despesas operacionais cresceram 21,6%, chegando a R$ 18,6 milhões. As perdas financeiras foram reduzidas de R$ 6,7 milhões, em 2006, para R$ 3,6 milhões em 2007.

Ainda é importante destacar que o patrimônio líquido da companhia aumentou de R$ 22,5 milhões para R$ 54,3 milhões entre 2006 e 2007. Esse crescimento deve-se, principalmente, pelos recursos de R$ 50 milhões para aumento de capital provenientes da compra de 50% do capital da Trip pelo grupo Águia Branca, em novembro de 2006. A Trip apresentava em 2007 R$ 44,7 milhões de prejuízos acumulados.

Esse crescimento maior dos custos e despesas, acima do aumento das receitas, demonstra um período de constantes e intensos investimentos da empresa, visando penetrar em novos mercados ou ampliar a oferta de vôos em cidades já atendidas. Nesta fase, a empresa realiza altos investimentos, bem acima da capacidade de geração de receitas por um determinado período. Porém, na medida em que a companhia for se consolidando, a tendência é que esses investimentos tragam retorno através de maior crescimento da receita e uma estabilização dos custos e despesas, revertendo assim os prejuízos em resultados líquidos positivos. A Trip precisa realmente ganhar musculatura, afinal, a Azul linhas aéreas promete ser uma concorrente de peso, cujo início das atividades está previsto para janeiro de 2009.

Fontes: Jetsite; Valor Online; Agência Minas


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