14 de maio de 2008

OceanAir: Reestruturação e demissão de 600 funcionários


Com a OceanAir reduzindo seus destinos de 37 para 25, haverá uma contribuição para a concentração de mercado entre Gol e Tam, mas também abre possibilidades, em determinados mercados de médio e pequeno portes, para a Trip Linhas Aéreas. Com relação ao que o especialista Castellini afirmou (na reportagem abaixo), a Trip está fazendo direitinho, crescendo em mercados abandonados pelas maiores e que geram tráfego para aeronaves com menos de 100 assentos, ou seja, não entra num confronto direto com as grandes e, muitas vezes, há uma alimentação (feeder line) aos vôos da Gol e Tam em grandes centros.

Folha de São Paulo

A OceanAir anunciou um plano de reestruturação que inclui redução de 37 para 25 destinos e corte de 600 dos 1.700 funcionários. A empresa nega a existência de uma crise financeira e diz que as mudanças visam a consolidação de uma gestão de custos mais eficiente. A OceanAir disse que a reestruturação se fez necessária pelo aumento dos custos com combustível, elevados com a alta da cotação do barril de petróleo, que subiu 29,4% em 2008.

O grupo brasileiro Synergy, controlador da OceanAir, seguirá o modelo de gestão aplicado na companhia colombiana Avianca, adquirida em crise financeira pelo grupo em 2005 e que, segundo ele, hoje apresenta resultados positivos. Entre os 12 destinos que deixaram de ser atendidos a partir de ontem, estão Araçatuba (SP) e Uberaba e Juiz de Fora (MG). A empresa também cancelou sua única linha internacional no mês passado, com destino ao México.

Segundo a empresa, os clientes que compraram passagens para esses vôos serão remanejados para outras companhias. "São destinos que não se justificava manter do ponto de vista econômico", disse a OceanAir.

A frota também será reduzida de 16 para 10 aviões, todos Fokker MK-28 (Fokker 100). Com isso, a OceanAir se desfaz dos turbohélices Fokker 50 e dos Boeing 737-300 que assumiu da empresa aérea BRA, incorporada no ano passado.

Na época, o negócio foi bem visto por analistas como uma tentativa em diminuir o "duopólio aéreo" da Gol e da TAM, que, juntas, responderam por 85,6% do mercado doméstico de aviação em abril deste ano. A OceanAir obteve 3,3% de participação de mercado em abril.

Segundo o consultor André Castellini, da Bain & Company, a empresa aérea não resistiu à competitividade do mercado. Para ele, o aumento da oferta de vôos provocado pelas novas aquisições de aeronaves da Gol e da TAM gerou queda nas tarifas. "A OceanAir não tem aeronaves modernas e escala para competir com seus concorrentes mais fortes [Gol e TAM]."
Para Castellini, as companhias com frota menor deveriam focar em vôos com menos de cem passageiros, que não compensam ser feitos por aviões de grande porte.




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