22 de janeiro de 2009

Planos da Total para 2009


A Total Linhas Aéreas transferiu, em 2007, sua estrutura de transporte regular de passageiros para a Trip. Naquele ano, a Total já operava para 28 cidades do interior do país quando resolveu unir forças com a Trip. A negociação envolveu dinheiro e também participação acionária na Trip. Desse modo, Alfredo Meister, controlador da Total, também se tornou acionista e membro do Conselho de Administração da Trip, juntamente com os grupos Caprioli, Águia Branca e da norte-americana SkyWest. De acordo com Meister: "Para sobreviver num mercado dominado pelas grandes, as companhias aéreas regionais precisam ter escala". Agora, a Total tem como foco o atendimento às necessidades de clientes corporativos, transportando passageiros e cargas. Atualmente, a empresa conta com importantes clientes, como Banco Central, Correios e Petrobras.

A empresa está apostando no transporte aéreo de cargas - nacional e internacional. Em 2009, a Total receberá dois Boeings 737-300 e um ATR 42-500, ampliando assim a sua frota dos atuais 08 ( 03 ATR 42-500 e 05 Boeings 727-200 Full-Cargo) para 11 aviões. Mas o maior salto acontecerá em 2010, ano em que a empresa vai estrear no transporte internacional de carga, com um Boeing 767. A primeira rota deverá ser Belo Horizonte-Miami.Considerando o leasing das 04 aeronaves e a construção de um hangar no aeroporto internacional de Confins, o investimento passará de US$ 70 milhões. A Total mantém um hangar em Manaus para dar suporte aos serviços que presta para a Petrobras. Já o hangar que a empresa tinha no aeroporto da Pampulha foi transferido para a Trip. Segundo Alfredo Meister: " Não estamos apostando em crescimento de mercado, estamos apostando num mercado que já existe e é mal explorado pelas empresas brasileiras".

O interessante de se observar nesse nicho focado pela Total, é que a maior parte dos contratos que a empresa tem com clientes como Petrobras e Correios contempla variações no preço do querosene de aviação e na cotação do dólar, ou seja, ainda conforme Meister: "Estamos naturalmente 'hedgeados'".

Em 2007, ano da transferência dos serviços de transporte regular de passageiros para a Trip, 52% da receita da Total foram provenientes de fretamento de aviões de passageiros e de transporte de cargas (incluindo a Rede Postal Noturna, dos Correios). Naquele ano, o total das receitas foi de quase R$ 210 milhões, sendo que o fretamento de passageiros atingiu R$ 21,171 milhões e o fretamento para cargas e Rede Postal Noturna, juntos, atingiram R$ 87,974 milhões em receitas. A empresa esperava, para 2008, faturar, somente com esses dois negócios, entre R$ 140 e R$ 150 milhões. Quando a ANAC publicar o Anuário do Transporte Aéreo 2008 poderemos verificar se esse objetivo foi alcançado. Conforme o controlador da Total: "Continuamos com um negócio muito rentável e com grande potencial de crescimento".

Porém, ao se analisar os resultados da Total no Anuário do Transporte Aéreo 2007, publicado pela ANAC, constata-se que, economicamente, a empresa obteve um resultado de vôo negativo, no valor de R$ 17 milhões (Receita Total de R$ 210 milhões e Custos Totais de R$ 227 milhões). Já contabilmente, a sua Receita Operacional Líquida (já livre dos impostos e deduções) foi de R$ 201,800 milhões, os Custos Operacionais foram de R$ 162,336 milhões, atingindo, assim, um Lucro Bruto de R$ 39,464 milhões. Já o seu Lucro Operacional foi de R$ 15,458 milhões, e, finalmente, o seu Lucro Líquido ficou em R$ 335 mil.Talvez em 2008, cujas operações ficaram concentradas apenas em fretamento de passageiros e de cargas, esses resultados tenham melhorado, assim, vamos aguardar o anuário de 2008 ser publicado pela ANAC.

O presidente da Total acredita que o aeroporto de Confins, cuja localização considera estratégica, será uma alternativa importante a Viracopos, em Campinas. Para embarcar ou desembarcar suas mercadorias em Viracopos, por exemplo, grande parte das empresas de Minas e de Estados vizinhos dependem atualmente de conexões rodoviárias. Por isso, são nessas empresas que a Total já está de olho.


Fontes: Anuário do Transporte Aéreo 2007-Disponível em:
www.anac.gov.br;
Valor Econômico (20/10/2008);
Total Linhas Aéreas.

14 de janeiro de 2009

TRIP Linhas Aéreas investe em treinamento


Preparar líderes e aprimorar os processos de gestão são ferramentas estratégicas para a expansão de qualquer negócio. Na TRIP Linhas Aéreas, a evolução destas práticas acompanha seu próprio curso de rápido crescimento. A companhia está participando do Programa Parceiros de Excelência (PAEX), que inclui também o Plano de Desenvolvimento de Dirigentes (PDD), da Fundação Dom Cabral (FDC). Na primeira etapa, o projeto envolveu seis executivos de cargos gerenciais e de direção da empresa e, até 2010, 18 profissionais passarão pelo programa.

De acordo com o Diretor de Administração e Finanças da TRIP, Fernando Calaes, nesse período a companhia já realizou estruturações importantes, entre elas, a definição de uma metodologia para elaborar o planejamento estratégico. “A empresa está vivendo um momento de muitas mudanças e de expansão e esse tipo de iniciativa é fundamental para fortalecer, integrar e estabelecer uma nova cultura em nossa estrutura organizacional”, explica. O executivo lembra ainda que a TRIP é a única companhia aérea regional com Governança Corporativa.

Ao longo de 2008, os participantes do PAEX se juntaram a um grupo formado por outras empresas de pequeno e médio portes para debates, palestras e workshops com a proposta de realizar um intercâmbio de conhecimentos para aprimorar seus processos de gestão, fazendo uso das mais modernas ferramentas de planejamento estratégico. O objetivo é o desenvolvimento do negócio da empresa com foco no aumento da competitividade das organizações.

“Quando as organizações se voltam exclusivamente para as próprias experiências, correm o risco de isolar-se nos limites de suas competências, perder a perspectiva da comparação e repetir os padrões estabelecidos. Assim essa rede empresarial, permite que as empresas possam acessar diversas ferramentas de gestão de modo que otimizem sua performance e aprimorem sua atuação no mercado”, avalia o coordenador do PAEX, Luiz Eduardo Ferreira Henriques.

Painel de Bordo

Como parte do PAEX os gestores participam também do Plano de Desenvolvimento de Dirigentes (PDD), voltado para as áreas de finanças, marketing, operações, logística, gestão de pessoas e planejamento estratégico. Os encontros mensais têm o objetivo de alinhar e preparar os profissionais para que estejam capacitados a implantar na empresa as modernas ferramentas de gestão conhecidas durante o PAEX.

Para acompanhar todo o processo a FDC desenvolveu ainda uma ferramenta, coincidentemente batizada de ‘Painel de Bordo’, que traz a situação de cada um dos indicadores definidos pela empresa como estratégicos, mostrando se ela está abaixo, acima ou dentro das metas estipuladas. “Com esse controle, fica muito mais claro o alinhamento que os gestores devem ter entre suas áreas para que todos trabalhem em cima de um resultado comum”, afirma Calaes.

Fonte: Jornal da Mídia.

Sem dúvida, uma ótima iniciativa por parte dos controladores da Trip Linhas Aéreas, isso fará com que a empresa tenha um crescimento sustentável. Trata-se de um diferencial entre as empresas aéreas regionais, vindo a contribuir para as práticas de Governança Corporativa, a qual já é adotada pela empresa há algum tempo, sendo a única aérea regional a possuir tais práticas.

No Ranking das Maiores Empresas Aéreas Brasileiras (ver postagem anterior), a Trip saiu da 10ª posição em 2006, para a 8ª posição em 2007, somente perdia, entre as regionais, para a Total, que ocupava a 6ª posição. Como a Trip absorveu as rotas regionais de passageiros da Total (a Total talvez seja a principal transportadora de malotes postais para os Correios), em 2008 ela será a primeira do ranking entre as regionais, e muito provavelmente ocupará uma posição geral ainda melhor do que em 2007. Assim, esses são resultados positivos que refletem a ótima administração da empresa.

11 de janeiro de 2009

Ranking das maiores empresas aéreas brasileiras em 2007

Metodologia:

A partir do Anuário do Transporte Aéreo 2007-Dados Econômicos-elaborado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), são analisados os dados contábeis das Empresas de Transporte Aéreo Regular (inclusive empresas cargueiras). A ordenação do ranking é dada pelo tamanho das empresas, medido por duas rubricas extraídas das demonstrações contábeis:

O ativo total, representando o patrimônio total; e a receita operacional líquida (vendas brutas menos impostos incidentes sobre vendas, devoluções e descontos), indicando o poder de mercado.

O ranking final é elaborado em três etapas: na primeira, as empresas são classificadas em ordem decrescente, segundo o valor de seus ativos; a seguir, é feito um ranking com a ordenação determinada pelas receitas operacionais líquidas; e por fim, a soma da posição da empresa nos rankings por ativos e por receitas determina a colocação da empresa na classificação final. O primeiro lugar, por exemplo, é ocupado pela empresa cuja soma da posição no ranking por ativos e no ranking por receitas resultou no menor número. No caso de empate por este critério, a empresa com a maior receita operacional líquida é considerada como a de maior porte.

Essa metodologia é a mesma empregada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), na elaboração do Ranking das 500 Maiores Sociedades Anônimas do Brasil publicado anualmente pela revista Conjuntura Econômica da FGV.

Abaixo segue o Ranking Geral em 2007 comparado com 2006: (R$ Mil)

Posição

Empresa

Ativo Total

Cresc.

%

Receita Operac.

Líquida

Cresc.

%

2007

2006

1

1

TAM

5.909.550

34,88

7.984.529

11,22

2

2

GOL

2.378.259

23,68

4.383.620

15,3

3

3

VARIG LOG

548.405

12,97

850.471

-10,46

4

7

VRG

1.159.050

163,15

735.713

1499,41

5

6

OCEAN AIR

167.606

140,24

288.420

54,76

6

5

TOTAL

114.465

50,06

201.800

-3,63

7

4

ABSA

74.434

-28,88

465.347

5,58

8

10

TRIP

124.998

85,01

112.100

15,66

9

9

TAF

74.267

35,37

118.387

19,63

10

8

PANTANAL

86.186

-5,93

61.282

-11,71

11

16

WEB JET

51.318

635,95

68.936

745,22

12

12

RICO

33.298

28,47

58.453

-27,23

13

13

PASSAREDO

23.303

27,42

28.261

103,93

14

11

SKYMASTER

79.001

7,6

5.285

-80,61

15

14

MASTERTOP

6.738

2,04

25.744

12,36

16

17

SETE

6.190

80,57

13.905

245,12

17

20

NHT

6.032

42,03

9.870

481,61

18

22

AIR MINAS

10.306

80,74

6.031

911,91

19

15

CRUISER

5.797

-47,13

7.264

-31,28

20

*PUMA AIR

3.693

6.678

21

21

MEGA

3.819

19,76

1.787

0,11

22

19

ABAETE

2.309

-15,2

2.462

-46,46


























* Não enviou seus dados contábeis para a Anac em 2006.

Quando o Anuário do Transporte Aéreo de 2008 for publicado pela Anac, será elaborado o Ranking 2008 com relação a 2007.

7 de janeiro de 2009

Planos para frotas começam a ser revistos



Enquanto os dados econômico-financeiros e operacionais relativos a 2008 das empresas aéreas não são publicados pelos relatórios analíticos da Anac, executivos e consultores já fazem considerações a respeito do desempenho do setor em 2008 e perspectivas para 2009. Abaixo segue matéria a respeito, publicada pelo Valor Econômico:

Demanda encolhe e planos para frotas são revistos

VALOR ECONÔMICO (SP) • EMPRESAS • 6/1/2009 • PASTA ECONOMIA / POLÍTICA BR

Depois de ter alcançado US$ 145 em 2008, o preço do barril do petróleo em torno dos US$ 50, como agora, não é mais um temor para as companhias aéreas. Agora, por outro lado, elas são assombradas pela desaceleração da demanda por viagens. E em 2008, pela primeira vez desde 2004, o tráfego aéreo dentro do Brasil pode ter crescido abaixo de dois dígitos. As projeções variam. A TAM prevê que a demanda tenha crescido entre 6% e 9%, e a Gol, 6%. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), calcula que o aumento fique entre 4% e 5%, se o PIB crescer em torno de 2% como apontam algumas projeções. Em outubro e novembro de 2008, já houve encolhimento da demanda por passagens aéreas de 3,9% e 1%, respectivamente, sobre os mesmos meses de 2007. É um movimento oposto ao que ocorria até setembro, quando o tráfego crescia 10,2% no acumulado de nove meses.
"O cenário de demanda é bem pior do que se imaginava seis meses atrás", diz Andre Castellini, sócio da consultoria Bain & Company. E um dos riscos para as empresas em 2009, segundo ele, é o descompasso entre a demanda e o tamanho da oferta de assentos. Com base na expansão vertiginosa dos últimos anos, as companhias aéreas desenharam planos de frota ambiciosos. "Quando as empresas fizeram suas encomendas de aeronaves, não previam uma crise econômica. Esse desequilíbrio poderá ocorrer neste ano." Ronaldo Seroa da Motta, diretor da Anac, diz que as companhias aéreas têm duas opções para lidar com o tráfego aéreo menos vigoroso: ganhar eficiência e baixar tarifas, para tentar atrair os passageiros mais suscetíveis ao preço, ou reduzir a oferta. "Esse ganho de eficiência pode se dar pelo aumento da concorrência, daí a importância de manter as portas abertas para novas empresas aéreas", diz. O consumidor já começou a comprar tarifas mais baixas desde novembro, quando empresas como Gol, TAM e a novata Azul iniciaram promoções. Para Castellini, um cenário de demanda mais fraca e petróleo mais baixo gera uma tendência de redução das tarifas. "Por outro lado, há a valorização do dólar que impacta no custo das empresas. O efeito líquido de tudo isso deveria ser uma certa queda nos preços", diz. "Seria futurologia dizer quanto o preço da passagem pode mudar em 2009", afirma Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing e serviços da Gol. "Vamos continuar com uma política para incentivar o tráfego", diz. Segundo ele, a empresa vai fomentar o uso maior do seu programa de parcelamento em até 36 vezes para atrair o viajante a lazer e o uso do programa de milhagem Smiles, mais voltado para o cliente corporativo. Em relação à oferta, as líderes do mercado TAM e a Gol não prevêem crescimento tão grande na frota quanto em anos anteriores - a primeira empresa vai incorporar mais cinco aviões em 2009, sendo dois para vôos internacionais de longo curo, e a segunda, mais quatro. No fim de 2009, elas deverão ter 130 e 108 jatos, respectivamente. A WebJet já adiou a chegada de alguns aviões e a OceanAir não tem projeção definida, sendo que o número de aeronaves poderá variar em função do comportamento da economia. A regional Trip poderá ter 24 aviões no fim de 2009, quatro a mais do que neste ano. O grande aumento da oferta em número de aeronaves ficará por conta da novata Azul, que iniciou vôos no dia 15 de dezembro. A empresa já tem uma frota de cinco aviões e pretende chegar a 16 até dezembro do ano que vem. A sede operacional foi erguida em Campinas, cidade paulista até hoje só explorada como base de operações pela Trip. Por ter como objetivo fazer vôos diretos em capitais e grandes cidades que hoje não são oferecidos na mesma quantidade pelas demais empresas, a Azul vem afirmando que conseguirá criar uma demanda nova, sem precisar "roubá-la" das concorrentes. Mas caso a desaceleração do tráfego aéreo seja ainda mais forte do que o previsto, algumas companhias já definiram um plano B. No seu último evento para analistas e investidores, a TAM, que é líder com 51% do mercado doméstico, disse que poderá voar menos horas com seus aviões caso a retração da demanda seja superior ao previsto. A medida, contudo, acarretaria na redução da produtividade e do ganha do escala. A Trip, por sua vez, conta com a possibilidade de poder acelerar a devolução de seus aviões mais antigos à fabricante sem alterar o recebimento de equipamentos novos. Por enquanto, a companhia planeja devolver quatro dos doze ATRs 42 que utiliza hoje, mas diz que poderá aumentar esse número. A empresa receberá, novos, quatro ATRs 72, que devem somar 11 em 2009, e os primeiros cinco jatos da ERJ 175 da Embraer. Ao todo, a oferta da empresa vai crescer 70% - a oferta é medida pelo número total de assentos multiplicado pelo total de quilômetros a serem percorridos. "Ainda existem muitas oportunidades para a aviação regional", afirma José Mario Caprioli, principal executivo da Trip. O número de cidades atendidas deverá passar de 67 para 86. Caprioli acredita que o primeiro semestre do ano será mais fraco e que as taxas de ocupação nos vôos vão ficar cerca de dois pontos menores do que a média histórica da empresa, em torno de 64%. Já para a segunda metade do ano, ele espera estabilidade em relação a 2008. A Trip tinha 1,3% de participação em novembro. A OceanAir, empresa com uma fatia de 2,5% no mercado doméstico, está mantendo o plano de frota em aberto. Depois de cortar mais da metade da frota e demitir cerca de 600 pessoas no ano passado, como parte de uma reestruturação, voa hoje com onze aeronaves. O presidente da OceanAir José Eframovich, afirma que a empresa tem opção de receber, neste ano, até oito aeronaves da Airbus dos modelos 319 e 320, mas é provável que adie o crescimento para 2010. Esses aviões, segundo Efromovich, poderão ser encaminhados à Avianca, companhia aérea colombiana cujo controlador, o grupo Sinergy, é o mesmo da OceanAir. A WebJet, por sua vez, adiou o recebimento de quatro Boeings 737-300 do primeiro para o segundo semestre deste ano. A companhia, que pertence à operadora de turismo CVC, voa hoje com 11 aeronaves e tem uma fatia de cerca de 3,7% do mercado doméstico.