24 de agosto de 2008

Reunião da ABETAR analisa questões do setor aéreo regional na região sul



Porto Alegre - A proposta para a constituição de um grupo de trabalho com atuação independente e a missão específica de incentivar os investimentos em infra-estrutura aeroportuária regional foi o resultado prático inicial do I Seminário do Transporte Aéreo Regional e Logística Integrada ao Turismo, realizado nesta quinta (21), no centro de eventos do Sheraton Hotel, em Porto Alegre.

"Precisamos de investimentos nos aeroportos, isto é essencial", afirmou Apostole Lazaro Chryssafidis, o Lack, presidente da Abetar, associação promotora do seminário que teve a participação de autoridades, governo e iniciativa privada, empresários e profissionais do setor, com uma extensa pauta de trabalho, exposições e debates.

A composição do grupo de trabalho terá a participação da Anac e Ministérios da Defesa e Cidades, com uma posição de liderança do Ministério do Turismo. O Fórum Nacional dos Secretários de Turismo também terá participação ativa e interessada.

Fazendo o papel de meio-campo, como já aconteceu neste primeiro encontro realizado na capital gaúcha, a Abetar pretende ampliar o diálogo dentro dos envolvidos no setor.

Lack ressaltou os aspectos positivos do evento que teve entre os principais momentos, as exposições de Alexandre Machado, diretor de infra-estrutura da Agência Nacional de Aviação Civil - Anac - e do deputado federal Marcos Maia (PT-RS), relator da CPI sobre a Crise Aérea.

Ambos mostraram-se favoráveis a uma importante questão do setor, a ampliação estrangeira nas companhias aéreas, chegando a 49% em um primeiro momento, e da presença da iniciativa privada na construção de novos aeroportos bem como na possível administração dos atuais, gerenciados pela Infraero.

Números, dados e projeções foram apresentados não somente como justificativas. O fato mais salientado foi o da forte demanda existente no setor aéreo, que deverá mostrar o Brasil até o final de 2010 com um total de 158 milhões de passageiros transportados, média anual crescente entre 10 a 12% ao ano. "Um crescimento significativo que exige providências desde já, e não permitir que o tempo perdido possa originar outras crises", salientou o parlamentar.

A urgência nos investimentos foi apontada em todas as contingências, já que a capacidade aeroportuária brasileira está no limite.

O foco no desenvolvimento regional, com as vantagens agregadas ao setor turístico pautaram outras exposições do seminário: da consultora Anya Ribeiro que apresentou um diagnóstico geral, do representante do Ministério do Turismo, Roberto Bortolotto, e de Lucia Helena Salgado com estudo técnico do setor regional na região Sul.

Houve uma consideração geral de que a cobertura da aviação regional no País é relativamente pequena, embora esteja crescendo.

Para o presidente da ABETAR, o encontro, que contou com o apoio da Embraer, Embratur e Ministério do Turismo, teve um significado especial por abrir de uma forma geral a discussão participativa do setor. O Seminário do Transporte Aéreo Regional será levado a outras regiões do país, o próximo deverá ser o Nordeste no final de setembro, Maceió e Fortaleza já se manifestaram credenciadas a sediar o evento.

Fonte: Abetar

Esperamos realmente por medidas concretas, ou seja, que saiam do discurso. É fácil falar sobre privatização (nossa, gente, o PT falando em privatização, "quem te viu quem te vê") de aeroportos brasileiros quando se esquece de verificar que apenas alguns deles são superavitários, ou seja, poucos seriam, de fato, atrativos para a iniciativa privada. E com relação à participação da iniciativa privada também na construção de novos aeroportos, pode-se dizer que é uma boa idéia, mas somente vai se concretizar num ambiente regulatório seguro, onde as regras sejam claras, ou seja, que as coisas não mudem no meio do caminho com a troca de governo e/ou ideologias políticas, afinal, construir e operar aeroportos se trata de atividade econômica cujo retorno ocorrerá no longo prazo. A iniciatiava privada quer um ambiente realmente regulado e estável, no qual não ocorra a quebra de contratos por mudanças políticas, isso seria o mínimo em termos de atratividade econômica do capital privado, após constatada a existência de demanda no longo prazo.

Portanto, esse é um dos pontos que precisa ser melhor analisado e esclarecido, ou seja, sair do discurso meramente político, não é mesmo, Sr. deputado Marcos Maia? Chega a me dar desespero toda vez que algum político tenta trazer soluções para a aviação brasileira, nenhum deles está à altura para uma atividade tão especializada e técnica. Por favor, deixem os verdadeiros e sérios especialistas em aviação trabalhar, e claro, analisar o que já funciona lá fora, em termos de infra-estrutura aeroportuária. Não percamos mais tempo com discursos inúteis.

Nenhum comentário: