25 de janeiro de 2008

Aviação Brasileira: tudo como era um ano atrás

Apesar dos problemas por que passou a aviação brasileira durante o ano de 2007, o setor ainda assim obteve um crescimento de 11,9% em passageiros-quilômetro pagos transportados conforme os Dados Comparativos Avançados divulgados pela ANAC. Porém, um crescimento aquém das projeções feitas por especialistas, que esperavam um crescimento em torno de 15%. Com o setor voltando à normalidade, as perspectivas para 2008 são ainda melhores.

Entretanto, a normalidade do setor muito depende da resolução de questões que, pelo visto, foram esquecidas, como aumento salarial dos controladores de vôo, diferenças salariais entre controladores civis e militares, bem como não foi definido também se serão chefiados por militares ou civis, não existe plano de carreira, além de não ter havido novas contratações ou treinamentos em ritmo suficiente para atender ao crescimento da demanda do setor. Não houve também a compra de novos equipamentos de auxílio ao vôo e melhor manutenção dos já existentes.

A situação é a mesma de um ano atrás, ou seja, nossa aviação não avançou, retrocedemos um ano. São problemas que precisam ser resolvidos urgentemente, caso contrário, uma nova tragédia será sempre iminente e, consequentemente, um rebaixamento de categoria por parte da ICAO (sigla em inglês para Organização da Aviação Civil Internacional).

Fontes:Jetsite; ANAC

21 de janeiro de 2008

VarigLog tenta manter seus 757

A situação não anda bem na VarigLog. O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou em 17 de janeiro, em segunda instância, o arresto de quatro aeronaves da VarigLog, modelo Boeing 757-200, a pedido da empresa de arrendamento (leasing) de aviões Wells Fargo, por causa da falta de pagamento das mensalidades.

O escritório de advocacia Felsberg & Associados, que cuida dos interesses da Wells Fargo no Brasil, estima que a dívida chega a US$ 3,5 milhões. A VarigLog pode recorrer.

A ex-subsidiária de logística e cargas da Varig já havia perdido outro 757-200 no dia 6 de dezembro do ano passado, em Miami, também a pedido da Wells Fargo e pelo mesmo motivo: atraso nos pagamentos do leasing. Joel Thomaz Bastos, advogado do Felsberg, diz que a intenção é fazer a reintegração de posse dos quatro 757-200 em, no máximo, 48 horas. "Se pudermos fazer em menos tempo, melhor", disse.

Apesar de caber recurso da VarigLog, Bastos acredita ser difícil essa hipótese porque a decisão do TJ confirma uma decisão da 10ª Vara Cível de São Paulo, que já havia determinado o arresto dos quatro 757-200 em 16 de dezembro. Naquela época, no entanto, a VarigLog obteve um agravo para suspender os efeitos da decisão. O escritório Felsberg, por sua vez, apresentou sua defesa.

A empresa tem dinheiro em caixa, porém, não pode mexer nele, também por decisão judicial. Há milhões de dólares bloqueados em contas, justamente em função da briga entre os sócios brasileiros e o fundo Mattlin Patterson, investidor internacional na companhia. No entanto, os sócios brasileiros estão otimistas: acreditam que conseguirão manter as aeronaves ou, na pior das hipóteses, substituí-las rapidamente. Mais: acham que, em breve, essas dificuldades serão ultrapassadas e a empresa voltará a crescer.

A companhia tem ainda outros dois aviões desse modelo, dois MD-11F, quatro DC-10-30F e cinco 727-200F, além de oito Caravan 208, operados com suas cores pela Vera Cruz Taxi Aéreo.

Fonte: Jetsite ; Agência Estado

12 de janeiro de 2008

Empresas estrangeiras ameaçam subir tarifa aérea

As companhias aéreas estrangeiras que operam no país ameaçam promover aumentos nos bilhetes que podem chegar a até 200%, segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo desta sexta-feira. A promessa ocorre em resposta a uma medida prevista pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que aumenta a tarifa de permanência de aviões no aeroporto de Guarulhos (SP) em até 5.126%. As empresas também acenam com reduções significativas de vôos para o aeroporto paulista. Em dezembro de 2007, a ANAC lançou uma consulta pública, cujo prazo termina na próxima segunda-feira, 14/01, propondo o aumento da tarifa de permanência para vôos internacionais no aeroporto de Guarulhos. A tarifa de pouso (que dá direito ao avião ficar três horas estacionado no aeroporto) não será alterada. Já a tarifa de permanência do avião, que tem que ser paga após essas três horas, aumenta de US$ 0,35 por tonelada a cada hora para US$ 18,29, um aumento de 5.126%.

Fonte: Jetsite.com.br


10 de janeiro de 2008

IATA reclama da taxa de estacionamento em Guarulhos

Conforme publicado pelo Jetsite, o projeto de elevação da taxa horária de estacionamento no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, anunciado pelo Ministro da Defesa para descongestioná-lo, foi objeto de duras críticas da IATA ( Sigla em inglês de International Air Transport Association. Sediada em Genebra, é a organização que reúne todas as principais companhias aéreas do mundo) e de seu diretor geral e CEO, Giovanni Bisignani. A entidade afirmou que o aumento pode custar às companhias aéreas internacionais algo como US$ 90 milhões/ano, além de violar acordos aéreos bilaterais. A IATA considera normal aeronaves operadas por companhias aéreas internacionais pousarem de manhã cedo e permanecerem estacionadas até sua partida, à noite. Mas, o esforço para descongestionar o aeroporto, força as companhias a sairem de São Paulo ou pagarem altas taxas para deixarem as aeronaves estacionadas por períodos prolongados. Em uma carta endereçada ao presidente Lula, Giovanni Bisignani argumenta que o aumento das taxas irá violar "vários acordos aéreos bilaterais" e "provocará fortes protestos internacionais", que poderá levar outros países a "aplicar medidas similares contra as companhias aéreas brasileiras que operam no exterior".

Isso só demonstra a completa falta de preparo técnico da equipe do ministro Jobin no comando da aviação brasileira. Como colocam em prática um projeto que vai contra os acordos aéreos bilaterais? Somente pessoas neófitas em aviação como o ministro Jobin e diretores da ANAC para levar adiante um projeto que agora começa a gerar protestos internacionais. Um verdadeiro mico para a aviação brasileira. A aviação brasileira precisa, urgentemente, ser regulada por uma agência composta por um corpo diretivo altamente técnico, com vasta experiência em transporte aéreo, antenada com o que há de melhor em regulação aérea internacional, e não por pessoas escolhidas meramente por afinidades políticas.

9 de janeiro de 2008

Embraer entrega 169 jatos em 2007: Recorde histórico

Conforme divulgado hoje no seu site, embraer.com.br, a Embraer entregou 61 jatos para os segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva e de Defesa e Governo no quarto trimestre de 2007 (4T07), cumprindo sua meta de entregar entre 165 e 170 aeronaves em 2007. Com isso, a empresa registrou o maior número de aviões entregues em um ano na sua história, 169 jatos, tendo também registrado um novo recorde de pedidos firmes em carteira, totalizando US$ 18,8 bilhões em 31 de dezembro de 2007.

Durante o ano passado, a Embraer buscou adequar os processos produtivos ao calendário de entregas assumido com os clientes. Ações como a contratação de empregados, a implementação do terceiro turno de trabalho em alguns processos produtivos e a adoção de práticas industriais baseadas na filosofia lean, juntamente com a determinação de todos os empregados, resultaram em um aumento de 30% no número de entregas em comparação com o ano anterior.

No último trimestre de 2007, a Embraer ampliou o número de clientes da sua carteira de pedidos firmes de jatos da família EMBRAER 170/190 com a venda de dois EMBRAER 170 para a Suzuyo, do Japão, 16 EMBRAER 190, sendo 11 para a TACA, de El Salvador, e cinco para a NAS Air, da Arábia Saudita, e dez jatos para a Virgin Nigeria, da Nigéria, sendo sete EMBRAER 170 e três EMBRAER 190. Ainda no segmento da Aviação Comercial, a empresa norte-americana Republic Airways Holdings confirmou 11 opções de compra de jatos EMBRAER 175.

No segmento de Aviação Executiva, diversos contratos firmes de venda de jatos da família Phenom foram assinados no último trimestre e o número de aeronaves vendidas ultrapassou 700 unidades. No mesmo período, o segmento de Defesa e Governo assinou contratos com o Exército (Royal Thai Army) e a Marinha (Royal Thai Navy) da Tailândia para a venda de dois jatos ERJ 135.

A Embraer entregou 45 jatos para o segmento de Aviação Comercial, 14 Legacy 600 para o segmento de Aviação Executiva e dois jatos para o segmento de Defesa e Governo durante o 4º Trimestre de 2007 (4T07).

Também foram destaques no 4T07 a marcante presença da Embraer no Dubai Air Show 2007, com o anúncio de mais de US$ 1,1 bilhão em pedidos firmes, e a entrega da 300ª aeronave da família de jatos EMBRAER 170/190 para a empresa norte-americana Northwest Airlines, que opera a aeronave EMBRAER 175 por meio da sua subsidiária regional Compass Airlines, com a marca Northwest Airlink.

A Embraer confirma sua previsão de entregar, em 2008, entre 195 e 200 jatos para os segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva e de Defesa e Governo (companhias aéreas estatais e transporte de autoridades), mais 10 a 15 jatos Phenom 100.

Em 2009, a empresa prevê entregar de 195 a 200 jatos para os mesmos segmentos, mais 120 a 150 jatos Phenom 100 e Phenom 300.

2 de janeiro de 2008

MD-11F da VarigLog é arrestado em Miami

Conforme noticiado hoje pelo Jetsite, encontra-se parado há uma semana, no aeroporto internacional de Miami, um MD-11F da VarigLog. A aeronave foi interditada judicialmente por falta de pagamento da conta de combustíveis. A situação da empresa é delicada. A VarigLog vem atrasando pagamentos a diversos fornecedores, descumprindo regras elementares com seus tripulantes (pagamento de diárias e refeições, por exemplo) e deixando de honrar compromissos.

De acordo com o site da VarigLog: "Em janeiro de 2006 a Volo do Brasil adquiriu a VARIG LOG, até então subsidiária da Varig e maior empresa brasileira de transporte de cargas aéreas. A compra foi concretizada mediante o pagamento de US$ 48,2milhões, encerrando-se assim as negociações que duraram mais de seis meses. A compra da VARIG LOG foi conseqüência de estudos que demonstraram o potencial de crescimento da empresa no mercado de cargas aéreas, impulsionado, sobretudo pelo avanço do comércio externo brasileiro. O objetivo da Volo do Brasil é transformar a VARIG LOG em uma empresa dotada de eficiência equivalente à encontrada nas mais conceituadas transportadoras de carga do mundo."

Ainda conforme o site da VarigLog, a Volo do Brasil foi criada com propósito específico de atuar no segmento da logística de transportes, sendo resultado de uma associação entre os empresários brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luis Eduardo Gallo com o fundo de investimentos norte-americano MatlinPatterson. A partir de 25 de janeiro de 2006, a Volo do Brasil passou a ser detentora de 95% do capital votante da VARIG LOG.

O fundo de investimentos MatlinPatterson foi fundado em 2002 por David Matlin e Mark Patterson, este fundo originou-se no Credit Suisse First Boston onde, desde 1997, os dois financistas faziam parte de uma equipe dedicada a investir em empresas viáveis, que estavam atravessando dificuldades financeiras. A partir do momento em que passaram a atuar de forma independente e com a marca MatlinPatterson, destacaram-se neste ramo do mercado financeiro, tendo participado da reestruturação de empresas de grande porte.Com recursos de aproximadamente US$ 3,8 bilhões, o MatlinPatterson é reconhecido no mercado mundial por sua eficiência e pelo êxito em recuperar empresas com investimentos de longo prazo. Tendo seu principal escritório em Nova York, o MatlinPatterson atua em praticamente todos os continentes e estuda operações na América Latina, devido ao desenvolvimento do mercado do continente nos últimos anos. A compra da VARIG LOG foi a primeira operação do fundo MatlinPatterson no Brasil.

No setor de cargas domésticas, temos a TAM e a GOL crescendo fortemente, enquanto que no setor internacional de cargas, a ABSA Cargo Airline é um exemplo de excelente administração, aproveitando eficientemente o boom desse setor. Em breve, postarei uma análise mais detalhada sobre o setor de cargas aéreas no Brasil.